GRANDES NOMES
RAUL MACHADO
Raul Martins Machado.
Matosinhos. 22 de Setembro de 1937. Defesa.
Épocas no Benfica: 7
(62/69). Jogos: 197. Golos: 5. Títulos: 6 (Campeonato Nacional) e 2 (Taça de
Portugal).
Outros clubes: Leixões.
Internacionalizações: 11.
Quando uma militância de
sete anos no Benfica representa a conquista de seis Campeonatos, só se poderia
estar na presença de um privilegiado e, sem reservas, de um grande jogador, num
grande colectivo. Está então feito o retrato de Raul Machado e da equipa do seu
tempo.
Corria o Verão de 1962. Béla
Guttmann abandonava o Benfica bicampeão europeu, abrindo a porta ao ingresso do
chileno Fernando Riera. Ao mesmo tempo, em Matosinhos, no histórico Leixões,
sinais havia já daquela que alguém, mais tarde, chamaria de máquina reprodutora
de bebés, futuros craques da bola. Como Raul, exemplo maior, à Luz chegado, com
24 anos.
Esplendeceu logo na primeira
temporada. Não menos substimável, assumiu-se responsável por disfarçar a
ausência do grande Germano, apoquentado por uma séria lesão. Ao titulo nacional
chegou e o europeu esteve perto, naquele cínico embate, frente ao AC Milan, com
um Benfica algo apavonado a desperdiçar o ensejo da terceira vitória
consecutiva na prova garantir.
Ao longo da estupenda década
de 60, Raul actuou em quase duas centenas de jogos. Ironicamente, só perdeu o
Nacional de 66, no ano da safra dos Magriços, na Inglaterra, com uma inimitável
quota vermelha. Jogava de forma serena, pelo menos na aparência. Até porque era
valente e determinado. Cultivava o sentido prático, rejeitava floreados
estéreis. Tinha um remate poderoso, fazia golos de fora da área. Viveu os
últimos suspiros do WM e adaptou-se bem ao desabrochante 4-2-4. Passou com alta
nota o exame da condução táctica.
Em 64/65, perante o Inter de
Milão, voltou a descartar a hipótese de ser campeão da Europa, fazendo dupla
com Germano, até ao minuto 57, altura em que o seu companheiro da retaguarda
substituiu Costa Pereira, lesionado, na defesa das redes. Um guardião
improvisado e apenas um defesa-central, mas nem por isso os italianos somaram
mais golos ao pífio de Jair, obtido por entre as pernas do infeliz keeper
benfiquista. Nessa noite, dia se não fez para Eusébio e seus pares da ofensiva.
Na temporada 68/69, com 11
presenças na equipa nacional, Raul abandonou a Luz. O tempo obrigava a mudanças
no quadro de efectivos. Saiu campeão, tal como entrou campeão. Em sete anos,
assistiu à despedida de Germano e à estreia de Humberto Coelho. Na condição de
protagonista. A ponte, essa, fê-la com mestria.
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