GRANDES NOMES
PALMEIRO
Por causa de Aljubarrota,
das fronteiras e de outras demandas, secular é a rivalidade luso-espanhola. A 3
de Junho de 1956, a táctica não era a do quadrado, antes o WM. Francisco
Palmeiro apontou, com as cores nacionais, um hat-trick à Espanha, no triunfo
por 3-1. Na época seguinte, sem embargo da derrota, haveria de marcar o
primeiro golo europeu do Benfica, ante o Sevilha (1-3), na primeira
eliminatória da edição de 57/58 da Taça dos Campeões. Assim se fez também
destacado hermano da confraria vermelha.
TCE - 1957/58 SEVILHA 3 BENFICA 1
(Golo de Palmeiro)
Palmeiro respirava
benfiquismo desde a nascença. Do Arronches, clube natal, deu o salto de
gigante. Tinha 21 anos quando se guindou à equipa de honra, por indicação de
Ribeiro dos Reis, numa partida confraternal perante o Independente de Buenos
Aires. Era por essa altura interior-esquerdo, mas Otto Glória fixou-o a extremo
no mesmo quadrante, ainda que mais vezes viesse a jogar à direita.
Dotado de grande capacidade
nas mudanças de velocidade, rápido na execução, caracterizava-se também pela
perícia nas frequentes diagonais. De marcação difícil, inquietude aos
adversários suscitava. Venceu três Campeonatos e outras tantas Taças de Portugal,
em oito anos de exercício benfiquista. Começou com Rogério, Félix, José Águas,
Arsénio, Ângelo e Caiado. Recepcionou Coluna, Costa Pereira, Cavém, José
Augusto, Germano, Cruz e… Eusébio. Ainda pertencia aos quadros do clube na
época 60/61, a quando da primeira grande conquista europeia. Não participou já
na campanha, eram outros os tempos, interditas as substituições. “Claro que
sinto mágoa por não ter sido campeão da Europa, seria como fechar a carreira
com chave de ouro”. É verdade.
Realizou 117 jogos oficiais
com o emblema da águia, valorizados também por 36 remates bem sucedidos. Muitos
outros fez em desafios particulares, ainda que um deles tivesse um sabor
especial. Foi a 1 de Dezembro de 1954, na inauguração do antigo Estádio da Luz,
num cartaz ao qual se associou o FC Porto. Efusivamente saudado foi esse
primeiro de largas centenas de momentos transcendentes que a velha Catedral
acabou por conhecer em meio século de vida.
Francisco Palmeiro adoptou a
perspicácia, o inopinado e a destreza, no ritmo crescente da sua abordagem
mental e táctica. Jamais dispersou o talento. E assim enriqueceu o manual dos
melhores jogadores do Benfica.
Palmeiro e os "Calabotes" que existiram
Palmeiro e Travassos no programa de TV em 1984
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