GRANDES NOMES
CÉSAR BRITO
CÉSAR Gonçalves de BRITO, Avançado Centro, Nasceu em 21-10-1964
Foi em plena Serra da
Estrela que o avançado, nascido e criado na Beira Baixa, se destacou. Depois de
ajudar o Sporting da Covilhã a regressar à Primeira Divisão, numa altura em que
os "grandes" ainda olhavam para o mercado interno, viu o Benfica
interessar-se pelo seu concurso. Os golos que até então marcara, foram
suficientes para convencer os responsáveis da "Luz" na sua
contratação, corria o Verão de 1985. Contudo, na sua chegada ao Benfica, e num
plantel recheado de estrelas, César Brito haveria de ter algumas dificuldades
em impor-se. Duas temporadas depois e com poucas partidas jogadas, o empréstimo
aconteceu. No Portimonense, o atacante voltou a mostrar a sua habilidade. Boa
utilização, golos, e, principalmente, as 4 chamadas à Selecção Nacional,
fizeram com o Benfica o resgatasse dessa passagem pelo Algarve.
De volta a Lisboa, a
importância do atacante no seio do plantel "Encarnado" começou a
melhorar. No entanto, engane-se quem pensou que o regresso de César Brito era
sinónimo de titularidade garantida. Numa equipa onde Magnusson era "rei e
senhor", e onde outros nomes, como os de Vata ou Lima, também tinham o seu
peso, o avançado nem sempre era a primeira escolha. Aliás, a "segunda
linha" seria uma (quase) constante na sua carreira. Mas apesar disto, a
qualidade de César Brito era indiscutível. Por essa razão, ano após ano, ao
contrário de tantos outros que iam saindo, o seu lugar na equipa estava
garantido.
Claro que nenhum jogador
gosta de ser suplente. Agora, o engraçado, é que seria esse estatuto que viria
a tornar César Brito numa das lendas benfiquistas. A história conta-se depressa
e o tal episódio, esse que o tornaria inesquecível, passar-se-ia no antigo
Estádio das Antas!!! Ainda não se lembra???!!! Então, vamos recordá-lo... Na
jornada 34 o Benfica visitava o FC Porto. Os dois emblemas, com as Águias na
dianteira, estavam apenas separados por um ponto. A deslocação à
"Invicta" adivinhava-se difícil. Agora, o que ninguém estaria à
espera foi o que realmente aconteceu! Depois de terem encontrado o balneário
cheio de bagaço, de se terem equipado nos corredores e de terem
"visto" os seus dirigentes, por parte de um tal "Guarda
Abel", ameaçados de morte, os jogadores do Benfica entraram em campo. Aos
81 minutos de
jogo, o zero a zero inicial mantinha-se. É então que, num último
folego, Sven-Göran Eriksson faz sair do "banco" a derradeira
substituição. Entra César Brito e, segundos depois, marca golo! Não satisfeito
com o que se tinha passado, volvidos que estavam 4 minutos, o avançado, com
mais um tento dá a estocada final no adversário - "Foi um dia feliz para
mim. São momentos que marcam a carreira de qualquer futebolista. Ainda hoje, as
pessoas recordam-se desse dia e ainda falam do jogo quando se cruzam comigo na
rua"*.
Esse título conquistado pelo
Benfica (1990/91), é um dos 4 Campeonatos que fazem parte do currículo do
atleta. O último, vencido em 1993/94, marcaria uma revolução no clube. A saída
de Toni e a entrada, na temporada seguinte, de Artur Jorge seria sinónimo de muitas
dispensas. César Brito ainda se aguentaria mais uma época, mas no rescaldo de
1994/95, a porta de saída abrir-se-ia para o avançado.
Por vezes, um capítulo menos
bom dá jus a uma nova chance. Foi isso mesmo que aconteceu a César Brito,
aquando da sua contratação pelo Belenenses. A ida para os do Restelo, haveria
de mostrar um jogador de qualidades e vontade intacta. Depois de uma temporada
de bom nível, e com a partida de João Alves para Salamanca, a oportunidade de
jogar no estrangeiro surgiu. Seguiu com o treinador para Espanha e aí, já com
32 anos feitos, fez uma das melhores campanhas da sua carreira.
Os últimos passos da sua
vida como profissional, depois de uma temporada no principal escalão da
"La Liga" e de mais uma ao serviço do Merida, seriam marcados por
algumas lesões. No entanto, ainda havia algo a cumprir. E isso era terminar no
emblema que o tinha mostrado ao "mundo" do futebol. E foi isso que
aconteceu em 1999/00, com as cores do Sporting da Covilhã.
Épocas ao serviço do
Benfica: 8
Total de Jogos pelo Benfica:
144
Total de Golos pelo Benfica:
36
Títulos pelo Benfica:
3 Campeonatos Nacionais
(1986/87, 1990/91, 1993/94)
2 Taças de Portugal
(1985/86, 1986/87)
1 Supertaça (1985/86)
PORTO 0 - BENFICA 2 (2 Golos de César Brito)
SPORTING 0 - BENFICA 1 (Golo de César Brito)
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