GRANDES NOMES
MALTA DA SILVA
Amândio José Malta da Silva.
Benguela, Angola. 19 de Fevereiro de 1943. Defesa.
Épocas no Benfica: 11 (64/65
e 66/76). Jogos: 193. Golos: 1. Títulos: 7 (Campeonato Nacional) e 2 (Taça de
Portugal).
Internacionalizações: 5.
Procedente de Benguela, a 26
de Setembro de 1963, com 20 anos feitos, desembarcou em Lisboa, capital da
então Metrópole, um jovem considerado promitente, Malta da Silva de seu nome.
Em Angola, havia jogado futebol e basquetebol, no Portugal de Benguela, clube
da cega predilecção do seu pai. Descoberto por olheiros do Benfica, de pronto
recebeu guia de marcha.
Os primeiros anos, na mítica
década de 60, não foram pêra doce. A competição pelos lugares ao sol de frívola
nada tinha e, por essa altura, a experiência era mesmo a mãe de todas as
coisas. O tirocínio parecia infinitamente prolongado, épocas a fio durou. Malta
da Silva não esmoreceu. Afina, como reza o provérbio macua, o galo não canta
sem amanhecer. E só na temporada de 70/71 se fez dia.
Vivia-se o inicio do
consulado Hagan, germinava a equipa-maravilha. Malta da Silva, a
lateral-direito e já não central, integrou a primeira convocatória. Passou a
ser recorrente. Enterrados estavam os tempos de ansiedade recalcada, um jogador
fino no trato da bola passava a vingar. Era resoluto e sacrificado. Era vistoso
e dinâmico. Com Artur e Adolfo compunha o trio dos melhores laterais
portugueses. Os três no Benfica, a emulação era constante.
Jogou até 76/77, completando
11 épocas na Luz. Participou em sete vitórias no Campeonato e em duas na Taça
de Portugal. Com naturalidade, não deixou de emprestar os seus créditos à
Selecção. Foi com Jimmy Hagan que atingiu maior notoriedade, talvez na altura
em que o lote de jogadores do Benfica tenha sido o mais extraordinário de todo
o historial centenário.
“Gostaria de ter sido
campeão europeu”, confessa. Quem não gostava? Mas na época 71/72, esteve
próximo desse desiderato, só que o Ajax levou a melhor numas semifinais
pautadas até pelo equilíbrio. “Quando ao mais, penso que cumpri”. Cumpriu
mesmo.
Há muitos anos que Malta da
Silva acompanha o futebol à distância, ele que até vive quase paredes meias com
o Estádio da Luz. Foi um ciclo que se fechou com tampa pesada. Sobra a
recordação de um jogador que amou o Benfica e que, em campo, deu muitas e
variadas expressões a esse afecto.
ENTREVISTA A MALTA DA SILVA
Sem comentários:
Enviar um comentário