GRANDES NOMES
SCHWARTS
Apesar da ausência do
seleccionado nacional no Itália 90, os adeptos benfiquistas acompanharam
entusiasticamente a prova. O fito era ver os desempenhos dos brasileiros
Aldair, Ricardo e Valdo, bem como dos suecos Jonas Thern e Magnusson, quinteto
que na Luz arraiais havia assentado. Em todo o caso, existia um motivo
adicional de interesse. É que um jovem, de 21 anos, de nome Stefan Schwarz,
lateral-esquerdo de posição, jogador do Malmoe, poderia estar na agenda das
preocupações encarnadas. Era voz corrente em terras transalpinas, a imprensa
não tardou a dar eco, Eriksson aparecia como o mentor da empreitada.
Após ter feito um Mundial
positivo, Schwarz chegou à Luz, pouco tempo antes do arranque da época 90/91.
Começou a titular, ainda que para o seu posto tivesse a concorrência do
experiente capitão Veloso e do aguerrido Fernando Mendes. Uma lesão comprometedora
afastou-o durante meses das lides, circunstância que não o impediu de garantir
a faixa de campeão nacional.
Para os dois anos
subsequentes, o clube perdeu o concurso dos internacionais brasileiros Ricardo
Gomes e Valdo. Fragilizou-se, pois tratava-se de duas pedras de grande
influência no colectivo. O FC Porto conquistou o bicampeonato, embora por um
triz à segunda. É que o Benfica argumentava já com Mozer, Vítor Paneira, Rui
Costa, Paulo Sousa, Kulkov, Paulo Futre, Izaías, João Vieira Pinto, Rui Águas,
Yuran. E naturalmente Schwarz, um dos atletas mais utilizados nas duas
temporadas (28+42 jogos). Saboreou a vitória na final da Taça, no Jamor, frente
ao Boavista (5-2), em tarde de belo recital vermelho.
No decurso da crise do Verão
de 93, o jogador sueco manteve-se imperturbável e… no clube, que via partir em
litigio Paulo Sousa e Pacheco para o Sporting e Paulo Futre, a troco de grossa
maquia, com destino ao Marselha. Sob o comando dedicado de Toni, Schwarz voltou
a ser campeão nacional, com lugar cativo no elenco de um dos mais lembrados
filmes produzidos pela equipa da Luz. A acção, essa, decorreu em Alvalade.
Esmagadora a representação, titulo deu, após o cartaz dos 6-3.
Uma semana mais tarde, a 21
de Maio de 1994, vestiu pela última vez a camisola do Benfica. Arsenal e
Fiorentina perfilaram-se no seu horizonte. Com o problema de lateral-esquerdo
mal resolvido durante quase uma década, Schwarz esteve sempre presente no
imaginário benfiquista. Está ainda, tanto quanto vale ser sinónimo de garra, de
raça, imagem intocável de abnegação.
Épocas no Benfica: 4 (90/94)
Jogos: 111
Golos: 10
Títulos: 2CN, 1TP
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