GRANDES NOMES
MOZER
José Carlos Nepomuceno
Mozer, mais conhecido como Mozer (Imperatriz, 19 de setembro de 1960), é um
ex-futebolista e treinador brasileiro. Atualmente, atua como Gerente de Futebol
do Clube de Regatas do Flamengo. Como jogador, atuava como zagueiro do Flamengo
na década de 80, que depois também fez sucesso no Benfica e no Olympique
Marseille.
Carreira
Como jogador
Desprezado nas categorias de
base do Botafogo por causa de seu porte físico franzino, Mozer chegou ao Flamengo
em 1975. Teve que disputar posição com outros grandes jogadores como
Rondinelli, Marinho, Luís Pereira e Figueiredo, contudo, na metade de 1981, já
era um dos zagueiros titulares do Mengão. Fez parte da campanha vitoriosa do
Flamengo na Taça Libertadores da América em 1981, que levou o rubro-negro à
decisão do Mundial Interclubes. Mozer foi titular naquela memorável partida
contra o Liverpool, que garantiu o Flamengo no rol dos times campeões mundiais.
Em 1987, Mozer saiu do
Flamengo e foi jogar no Benfica, clube de Portugal. Impecável na marcação, o
zagueiro brasileiro conquistou o coração dos portugueses e título de campeão
português na temporada 1988/89, passando a ser idolatrado pela torcida do Benfica.
Deixou o clube português três anos depois, quando foi vestir a camisa do
Olympique Marseille, da França. Neste novo clube, Mozer sagrou-se tricampeão
francês e recebeu o sugestivo apelido de Muralha.
Retornou ao Benfica em 1992,
para a alegria dos torcedores do clube, que viram Mozer conquistar mais dois
títulos pelo clube: o Campeonato Português de 1993/1994 e a Taça de Portugal de
1992/1993.
Em seguida, o jogador
decidiu encarar o desafio de jogar no futebol japonês e assinou contrato com o
Kashima Antlers, clube gerenciado pelo velho amigo Zico. Lá, no Japão, Mozer
encerrou sua carreira com a conquista do Campeonato Japonês de 1996.
Como treinador
Após encerrar sua carreira
de jogador, Mozer retornou a Lisboa e abriu um restaurante.
Em 2000 foi treinador
adjunto de José Mourinho no S. l. Benfica. O primeiro jogo foi a 23 de Setembro
de 2000, no Estádio do Bessa, frente ao Boavista, tendo o Benfica perdido por
1-0 .
Quando começa a conquistar
os adeptos benfiquistas (especialmente depois da vitória contra o rival
Sporting Clube de Portugal por 3-0) há eleições no Sport Lisboa e Benfica. Muda
a presidência de João Vale e Azevedo para o Manuel Vilarinho. Mourinho sai do
Benfica após 9 jogos e com ele Mozer.
Ainda durante essa época,
segue com Mourinho para o União de Leiria, no qual viria a assumir funções na
época 2001/2002 e onde se manterá até Janeiro de 2002. Nessa altura Mourinho
entra no F. C. Porto mas Mozer já não vai com ele.
Então, após vários anos
afastado do futebol, mais precisamente em 24 de outubro de 2006, Mozer decidiu
aceitar a proposta de treinar a equipe angolana do Interclube, primeira divisão
do Girabola.
Em julho de 2009, Mozer
acertou a sua transferência para treinar o clube marroquino Raja Casablanca.
Em 2010, Mozer acertou a sua
transferência para treinar o clube português Naval.
Seleção brasileira
Como jogador
Mozer foi convocado para a
Copa do Mundo de 1990, na Itália, começando como titular, sendo depois
afastado.
No total participou de 36
jogos pela seleção brasileira, de 1983 a 1994, não participando da Copa do
Mundo de 1994, nos Estados Unidos, devido a uma contusão.
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Este texto escrito pelo Mozer vai mostrar a
Grandeza do Benfica!! O quanto grande nós somos e de como todo o mundo se
apercebe disso... BENFIIIIICA!!! amo-te
Saudações benfiquistas,
Mozer, em "Pela Mística
Dentro"
"É preciso sair do país
para enxergar o prestigio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo. Estive três
anos em frança, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome,
convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre
no meu pensamento.
Os meus companheiros de
equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do
futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.
Durante os primeiros tempos
tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o inicio, sempre que
jogávamos em casa.
Uns dias antes de cada jogo,
o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio
cheio e um ambiente terrível."
Terrível para os outros. Não
sei se o se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e
não percebia muito daquela conversa.
Mas para mim, sempre
pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no Estádio da Luz,
cheios." Era o que eu pensava.
Até que, na taça dos
campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao
início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus
companheiros sabiam que eu adorava. Me lembro de Sauzée, o meu zagueiro do lado
me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o
Benfica?" Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois, jogos
joguei a duzentos por cento.
Depois do primeiro jogo, em
Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe
perguntei: " Papin, voçê quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120
mil a gritar todos para o mesmo lado?" Engraçada a reacção do Papin:
"Voçê, está querendo me meter medo, Mozer?" Não estava não e por isso
lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer. Pois bem, chegou o dia, chegámos
no estádio da Luz e fomos logo indo para os balneários. Muitos risos, muita
convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie
disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o
Marselha perdesse a eliminatória.
Antes de subirmos ao
relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já
"tremendo de medo". E ria-se bastante.
Os jogadores foram saindo do
balneário e eu atrasei um pouco, porque estava colocando uma ligadura no
tornozelo. Quandio cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os
meus companheiros, compeletamente assustados e todos do lado de dentro, não
querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao
relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo.
Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para
entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era
aquilo?".
Aquilo respondi eu, é o
INFERNO DA LUZ. Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a
avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando
olhei para trás, estava sózinho.
Espreitando, à saida da
escadaria estavam alguns dos meus companheiros do marselha, ainda com um olhar
de medo e só nessa altura começaram a entrar. No regresso às cabinas, perguntei
a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande
ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma
coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é
ENORME!"
Naquela noite, o Marselha
perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele
balneário, fui o único a ter uma vitória.
Foi uma vitória moral, sobre
aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."
José Carlos Mozer
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