GRANDES NOMES
VALDO "O Mágico"
"(...)o Benfica é como
um filho que deixei para trás e no qual penso imensas vezes. Por isso é enorme
o desejo de revê-lo."
Nome Completo: Valdo Cândido
de Oliveira Filho
Nacionalidade: Brasileira
Local de Nascimento:
Siderópolis / Santa Catarina
Data de Nascimento: 12 de
Janeiro de 1964
Posição: Médio-Ofensivo /
Altura: 1,73m
Peso: 67 Kg
Em Portugal: 184 Jogos / 28
Golos (em todas as competições).
Selecção Brasileira: 65
Jogos / 11 Golos (em todas as competições)
Valdo foi dos melhores
jogadores estrangeiros que passaram no Benfica, espalhou classe nos relvados ao
serviço do nosso Glorioso, é um dos que faz parte da galeria dos imortais deste
nosso Benfica.
Chegou ao Benfica em 1988 e,
depois de sair para o PSG, em 1991, voltaria à Luz em 1995. Espalhou magia até
2004, altura em que, aos 40 anos, decidiu finalmente terminar a carreira.
"Já tinha estado em
Lisboa antes disso. Salvo erro foi a 19 de Dezembro de 1987, depois de um jogo
amigável entre as selecções de Brasil e Alemanha, em Brasília. Estava de férias
e o Manuel Barbosa, com aquela lábia, disse para eu vir cá só para conhecer o
clube. Quando saí do aeroporto, caramba... Um montão de jornalistas! Tiraram-me
fotos com a águia e tudo, imaginem quando voltei para Porto Alegre [risos]...
Portanto quando vim em definitivo, em 1988, foi tudo muito tranquilo porque
conhecia o clube. Já não me assustei tanto com a imponência do velho Estádio da
Luz."
"Quem era o líder no
balneário?
- O Veloso foi sem dúvida um
grande capitão, mas não havia uma só voz. Cada um tinha algo a dizer. O Ricardo
Gomes, que dispensa apresentações, o Vítor Paneira... O Schwarz falava pouco
mas também se expressava à sua maneira, dentro do campo, com aquele estilo
aguerrido que não dava uma bola como perdida. E, claro, tenho de mencionar o
Mozer, um dos grandes líderes do Benfica quando cheguei.
- Sim. Já tinha feito talvez
uns dois jogos com o Rui e o Paulo Sousa. Disse aos dirigentes: Vocês não
precisam de ir buscar alguém para o meu lugar, têm o Rui Costa. Eles diziam-me
que ele era novo, mas tentei fazê-los ver que quem sabe, sabe e há que começar
por algum lado."
"Recorda-se bem da
final da Taça dos Campeões Europeus, em 1990, perdida para o Milan?
- Naqueles jogos tudo se
decide pelos detalhes. Eles tinham uma grande equipa... Nós também, mas eles...
Jogámos de igual para igual, mas o Hernâni, que chamávamos de Mano, ouviu um
apito da bancada, hesitou, parou e o Rijkaard furou e marcou.
- Perdeu ainda uma final da
Taça de Portugal, frente ao Belenenses.
- Aquela derrota custou-me,
até porque tinha pela frente o Baidek, e perder para o Baidek é brincadeira...
[risos] Senti um pouco culpado pela derrota porque fui expulso por causa de uma
discussão com o árbitro Alder Dante."
"Lembro-me de um jogo
contra o Marítimo, aqui na Luz, em que estava a chover muito, e o periquito,
alcunha que dei ao Eriksson, disse que todos tinham de jogar com pitons de
alumínio. Mas eu nunca joguei de pitons de alumínio na minha carreira, nunca.
Lá tive de entrar assim, mas parecia que estava de saltos altos [risos]. Fui à
linha lateral e disse ao Luís, o roupeiro, para me trazer umas botas com pitons
de borracha. Ele foi buscar e a partir daí comecei a jogar normalmente. No fim,
o Eriksson só dizia: Porca miséria, nunca mais digo nada ao Valdo..."
"João Vieira Pinto, o
Pintinho. Sempre tive curiosidade de jogar com ele, e um dos motivos porque
voltei ao Benfica foi por causa dele. Era um jogador diferente dos outros,
pequeno mas atrevido e muito inteligente, com notável visão de jogo. E o que
mais me impressionava era o poder de elevação dele. Para mim, o João está entre
os ilustres do futebol português, ao lado de nomes como Figo, Futre e o pequeno
génio, o Chalana, que continua a ser o meu preferido. Aliás, quando eu vim para
o Benfica na primeira vez, o Zico disse-me: Vais encontrar lá um tipo chamado
Chalana. Joga muito"
Valdo em entrevista ao
jornal Abola
Pura classe! Valdo Cândido
Filho destacou-se como um jogador de fino recorte que para além de ser de
inesgotável qualidade técnica tinha um espírito de liderança muito próprio dos
grandes jogadores que passaram pelo Benfica.
Era um verdadeiro número 10
“à moda antiga” que parecia levitar dentro de campo. Extremamente correcto,
dentro e fora das 4 linhas, e um profissional de mão cheia, o talentoso
brasileiro espalhou Futebol perfumado em todos os relvados que pisou.
Valdo inundou os relvados
portugueses de magia e melhor do que nunca, tratou de mostrar e confirmar todas
as qualidades que o fizeram, na opinião de muitos, um dos melhores n. 10 que
passou pelo Benfica e um dos melhores em Portugal. Possuía uma excelente
técnica a todos os níveis (domínio de bola, passe, remate), visão e organização
de jogo, sendo extremamente completo ao ponto de ter sido considerado um óptimo
recuperador de bolas.
Era detentor de uma
capacidade de passe espantosa e tinha um talento tão invulgar quanto admirável:
a cobrança de livres directos, algo para o qual tinha um perfume simplesmente
primoroso
De Valdo fica tambem a
recordação do operário especializado no jogo das multidões. O perfume dos seus
passes. A arte dos seus rendilhados. A música dos seus concertos. Com a magia
das suas viagens. Daqueles para quem a vida só dura hora e meia. Assim
incendiou degraus e degraus pejados de fãs do seu futebol. Do seu Benfica.
Carreira:
Valdo iníciou sua carreira
nas categorias de base do Figueirense, tendo disputado algumas poucas partidas
pela equipa profissional, mas com grande destaque, facto que despertou a
atenção do Gremio, que o contratou. Seu invejável preparo físico e sua
excelente técnica logo o tornaram referência para os adeptos. Após sair do
Gremio , o seu futebol acabou por despertar o interesse de vários clubes
europeus. Valdo acabou por rumar ao Benfica .
Logo na estreia, em Espinho,
no inicio da temporada 88/89, a sua classe parecia não caber no campo. O jogo
até deu empate, mas deu Valdo, muito Valdo. Estava encontrado o playmaker. Foi
uma temporada deslumbrante. O tridente brasileiro (Valdo, Mozer e Ricardo Gomes)
pintava a festa do campeonato a vermelho… verde e amarelo. Foi um triunfo com
sotaque. O centrocampista actuou em 28 jogos e marcou cinco golos.
Na época seguinte o Benfica
apenas conquistou a SuperTaça – frente ao Belenenses – mas fez uma carreira
europeia verdadeiramente fantástica. Aos comandos do sueco Sven-Göran Eriksson,
foi conseguida uma presença na final da Taça dos Campeões Europeus, infelizmente
perdida frente ao Milan. Ainda assim, Valdo e toda a equipa, confirmaram uma
imensa categoria.
Em 1990/91, Valdo sagrou-se
de novo Campeão Nacional numa equipa fortíssima que perdeu apenas 1 vez, em
Setúbal – época dos famosos 0-2 de César Brito.
A saída do clube foi quase
inevitável e a transferência para o PSG deu-lhe novo alento na carreira. Em
França, 1 Campeonato e 2 Taças avolumaram-lhe o currículo, já de si bem
preenchido.
O regresso à Luz – tão
desejado – concretizou-se pelas mãos de Artur Jorge e aos 32 anos ainda fez uma
época de grande nível num período negro na história do clube. Destaque para a
espantosa exibição na Final da Taça de 1996 – nota 9 no jornal Abola – naquele
que foi o seu último título ao serviço do Benfica.
Despediu-se da Luz no ano
seguinte, rumo ao Oriente, sempre como patrão… sempre com classe.
A presença no Japão tem
contornos dramáticos para o jogador já que é nesse período que Valdo tem
conhecimento da morte da sua filha Tatiele de apenas 13 anos, num trágico
acidente de viação. Um trauma que nunca esquecerá.
A fase final de carreira é
surpreendente pela magnífica longevidade visto que só aos 40 “arrumou” as
botas, tendo ainda passagens pelo Cruzeiro – onde ainda venceu um Campeonato
Estadual – Santos, Recife, Atlético Mineiro, Juventude, São Caetano e Botafogo
Em 2009, Valdo estreou-se
como técnico de futebol, dirigindo a equipe do União Rondonópolis, mas acabou
demitido, em Fevereiro daquele mesmo ano. no início de 2011, assumiu o comando
do Metropolitano Maringá e em junho de ano, assumiu a gerência profissional do
Serra Macaense durante o Campeonato Estadual da Série B do Rio de Janeiro. No
ano seguinte assumiu a função de treinador dessa equipa.
Valdo foi, no final da
década de 80 e início da década de 90, uma presença regular na selecção
brasileira. Por 49 vezes envergou a “canarinha” a nível oficial tendo feito 4
golos.
Com apenas 22 anos esteve
presente no Mundial do México em 1986 mas não foi utilizado em qualquer jogo em
virtude da grande mais-valia de Zico. No ano seguinte participa numa Copa
América de má memória para o Brasil – não conseguiu a qualificação para a 2ª
fase.
Como expoente máximo no
“escrete” destaca-se a presença no Mundial de 1990. Acompanhado pelos seus
colegas do Benfica – Aldair, Ricardo Gomes e o já transferido Mozer – Valdo foi
titular em todos os jogos realizados pelo Brasil em Itália. Como saldo uma
vitória frente à Suécia do futuro colega Schwarz por 2-1 e frente à Costa Rica
por 1-0, um empate a zero com a Escócia e uma derrota, na 2ª fase, por 1-0
frente à finalista Argentina de Diego Maradona.
VALDO O "MÁGICO"
Destaque ainda para a
imaculada vitória na Copa América de 1989 onde, mais uma vez, foi titular
indiscutível e municiador das estrelas Bebeto e Romário.
Jogos/Golos:
1983 - Figuerense - ? Jogos
/ ? Golos
1984 - Grêmio Porto Alegre -
5 Jogos / 0 Golos
1985 - Grêmio Porto Alegre -
19 Jogos / 4 Golos
1986 - Grêmio Porto Alegre -
27 Jogos / 6 Golos
1987 - Grêmio Porto Alegre -
15 Jogos / 2 Golos
1988 - Grêmio Porto Alegre -
30 Jogos / 6 Golos
1988/89 - S.L.Benfica - 35
Jogos / 5 Golos
1989/90 - S.L.Benfica - 37
Jogos / 4 Golos
1990/91 - S.L.Benfica - 30
Jogos / 5 Golos
1991/92 - P.S.G. - 32 Jogos
/ 3 Golos
1992/93 - P.S.G. - 28 Jogos
/ 4 Golos
1993/94 - P.S.G. - 30 Jogos
/ 2 Golos
1994/95 - P.S.G. - 25 Jogos
/ 7 Golos
1995/96 - S.L.Benfica - 39
Jogos / 6 Golos
1996/97 - S.L.Benfica - 43
Jogos / 8 Golos
1997 - Nagoya Grampus - 16
Jogos / 2 Golos
1998 - Nagoya Grampus - 10
Jogos / 2 Golos
1998 - Cruzeiro - 30 Jogos /
6 Golos
1999 - Cruzeiro - 26 Jogos /
1 Golo
2000 - Santos - 19 Jogos / 1
Golo
2001 - Atlético Mineiro - 23
Jogos / 1 Golo
2002 - Juventude Caxias - 12
Jogos / 2 Golos
2002 - Grêmio Porto Alegre -
? Jogos / ? Golos
2003 - São Caetano - ? Jogos
/ ? Golos
2003 - Botafogo - ? Jogos /
? Golos
2004 - Botafogo - 44 Jogos /
2 Golos
VALDO VS OLIVER KAHN
Palmarés:
1 Torneio Palma de Mallorca
- 1985 (Grêmio Porto Alegre)
4 Campeonatos
"Gaúchos" (Minas Gerais - Estado do Rio Grande do Sul) - 1985, 1986,
1987 e 1988 (Grêmio Porto Alegre)
Vencedor dos Jogos
Panamericanos - 1987 (Selecção Brasileira)
1 Taça Stanley Rous - 1987
(Selecção Brasileira)
1 Torneio Pré-Olímpico -
1987 (Selecção Brasileira)
1 Torneio do bi-centenário
da Austrália - 1988
1 Copa America - 1989
(Selecção Brasileira)
2 Campeonatos Nacionais -
1988/89 e 1990/91 (S.L.Benfica)
2 Finais de Taça Portugal -
1989 e 1997 (S.L.Benfica)
1 Supertaça Cândido de
Oliveira - 1988/89 (S.L.Benfica)
1 Taça de Portugal - 1995/96
(S.L.Benfica)
Vice-Campeão Nacional -
1989/90 e 1995/96 (S.L.Benfica)
Vice-Campeão Europeu -
1989/90 (S.L.Benfica)
Vice-Campeão de França -
1993 (PSG)
2 Taças de França - 1993 e
1995 (PSG)
1 Campeonato de França -
1994 (PSG)
1 Taça da Liga Francesa -
1995 (PSG)
1 Campeonato Mineiro - 1998
(Cruzeiro)
1 Recopa - 1999 (Cruzeiro)
1 Copa Centro-Oeste - 1999
(Cruzeiro)
Vice-Campeão do Brasil (2ª
Divisão) - 2003 (Botafogo)
1 Bola de Prata Brasileira
(Placar) - 1998 (Cruzeiro)
BENFICA - CELTIC (GOLO DE VALDO)
"Qualquer lembrança é
especial, mas a que guardo mais é a vitória frente ao FC Porto no antigo
Estádio das Antas, com dois golos do César Brito onde praticamente nos deu o
título de Campeão Nacional." - Comentou Valdo.
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