GRANDES NOMES
VELOSO
António Augusto da Silva
Veloso nasceu a 31 de Janeiro de 1957 na localidade de São João da Madeira,
tendo despontado para o futebol no clube local, o Sanjoanense onde se iniciou
ao mais alto nível na época de 77/78. Logo no 1º ano na equipa principal,
aguçou o apetite dos clubes de 1ª linha e rumou na época seguinte ao Beira-Mar
onde permaneceu durante duas épocas.
Foi já na longínqua época de
1980/81 que o Benfica “resgata” Veloso do clube Aveirense e aqui começou o que
hoje já está extinto – o chamado “amor à camisola”.
Veloso, envergou a camisola
encarnada durante 15, sim quinze épocas seguidas, até que em 1994-1995 terminou
a sua carreira como futebolista. Durante essas já distantes épocas, Veloso
jogou um total de 658 jogos onde marcou 13 golos em todas as competições
envergando as cores do Benfica, tendo-se destacado pela sua incrível
polivalência, classe em campo, pela sua “raça” e também pela humildade que
mostrava dentro e fora dos campos. É hoje um símbolo encarnado do que se
poderia chamar da então “mística encarnada”, envergando a camisola das águias
como titular indiscutível durante 7 anos – tendo sido claramente um dos grandes
capitães do clube da Luz.
Como jogador marcante do
futebol Português e do Benfica, tem uma série de curiosidades interessantes,
que passo a referir:
-Foi seleccionado para
Mundial do México ’86, no entanto, “caíu” nas malhas do doping numa história
ainda hoje muito estranha, contudo viu provada a sua inocência com a respectiva
contra-análise. Este episódio tirou o lugar a Veloso, e em sua substituição
viajou o portista Bandeirinha, que foi de forma caricata, literalmente acordado
de madrugada e enviado directamente para o aeroporto;
– Foi o eterno responsável
pelo famoso “penalty da Final de 88 no Neckerstadion, em Estugarda, que deu a
vitária aos holandeses do PSV Eindhoven, num jogo em que o jogador do momento
no Benfica – Diamantino nao jogou, pois tinha partido a perna contra o V.
Guimarães umas semanas antes;
– “Falhou” a Final da Taça
dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90 contra o AC Milan por castigo (cartões
amarelos).
– Protagonizou a “proeza” de
no jogo da primeira mão das meias-finais em França contra o Marselha tirou uma
bola de dentro da baliza com a mão, que foi quase tão importante como a mão de
Vata para chegar à final da competição;
– Conseguiu estabelecer o record
de pela 3ª vez em 3 finais disputadas ganhar a Supertaça, tendo sido o único
jogador do Benfica a consegui-lo;
António Veloso O Eterno Capitão- Abandonou o futebol na
época 1994/95, quando já tinha uns incríveis 38 anos, perante a recusa de jogar
mais 1 ano do então treinador “renovador” Artur Jorge que também lhe recusou
uma despedida com um golo. No seu ultimo jogo como profisisonal para o
campeonato dessa época (Benfica 1 – Braga 1) em que o Benfica teve direito a um
penalty, e o público, sabendo que era o último jogo do capitão, pedia que fosse
ele a marcar o penalty (já perto do final da partida numa altura em que o
Benfica perdia 1-0). O desejo não foi satisfeito por Artur Jorge e o craque
brasileiro Edilson concretizou a penalidade;
A nível de representações
pela Selecção Nacional, Veloso teve 40 internacionalizações e aqui mostrou bem
o seu estilo “à antiga” como defesa lateral direito, extremamente acertado e
com pouca tendência ofensiva (era raro vê-lo a ir à linha e a cruzar), pautava
pelo rigo defensivo e pela coordenação de toda a defesa encarnada – prova disso
o facto de nunca ter marcado 1 golo pela selecção das quinas.
Numa carreira recheada de
episódios, não poderia faltar o palmarés deste que para muitos representa o
então chamado – “jogador à Benfica”:
7 Campeonatos Nacionais –
1980/81, 1982/83, 1983/84, 1986/87, 1988/89, 1990/91 e 1993/94 (S.L.Benfica)
6 Taças de Portugal –
1980/81, 1982/83, 1984/85, 1985/86, 1986/87 e 1992/93 (S.L.Benfica)
3 Supertaças Cândido de
Oliveira – 1979/80, 1984/85 e 1988/89 (S.L.Benfica)
Vice-Campeão Taça UEFA –
1982/83 (S.L.Benfica)
Vice-Campeão Europeu –
1987/88 (S.L.Benfica)
Actualmente, Veloso é
treinador do Atlético de Malveira, depois de ter sido em 2000/01
-Treinador-Adjunto no Benfica e em 2001/02 -Treinador (Equipa B) também dos
encarnados.
António Veloso é ainda hoje
um dos belos jogadores que deixa saudades. Todos concordamos que não era um
primor em qualidade técnica, um “Roberto Carlos” a apoiar o ataque, mas sentia
a camisola do Benfica como ninguém. Destaco a sua garra que arrepiava o 3º anel
da Luz, em que por vezes até rangia os dentes para tirar a bola naquele bom
velho estilo do “passa a bola, não passa o jogador”.Foi sobretudo um verdadeiro
exemplo “à antiga” de longevidade como jogador no clube encarnado, que
permanecerá para sempre no livro dourado do clube da Luz e de todos os
Portugueses.
O ETERNO CAPITÃO
FESTA DE HOMENAGEM A VELOSO E ANDRÉ
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