GRANDES NOMES
ANTÓNIO BASTOS LOPES
A primeira vez que António
Bastos Lopes concedeu uma entrevista de página inteira ao jornal “A Bola”
caminhava, inexoravelmente, para a veterania. Ele que tantas vezes poderia ter
sido noticia, enquanto filha da actualidade. Era daqueles que não davam muito
nas vistas. Era, afinal, um cultor da sobriedade. Tal como no campo, também aos
media passava um tanto despercebido. Só que ninguém lhe tira o mérito da
eficácia, em quase vinte anos de afeição à mesma camisola, à mesma divisa.
Foi descoberto em Odivelas,
pelo então seleccionador do futebol juvenil, David Sequerra, que o convocou
para a equipa nacional. O Tó Lopes, como era conhecido nessa altura, não perdeu
o merecimento, suscitando mesmo a cobiça dos maiores do burgo. Meses depois,
estacionava na Luz, ainda na década de 60. Assim foi até1986!
Com tudo de verdade, surgiu
na Antas, no dia dos enganos, corria a temporada de 72/73. Eram outras as
portas que Abril abriu. As da equipa principal. Numa época que aos anais
passaria. Um Benfica invicto, apenas com dois empates (FC Porto e Atlético)
cedidos, no melhor registo de que há memória. Era a equipa maravilha de Hagan,
na qual Bastos Lopes se foi paulatinamente integrando.
Só a partir de 75/76,
começou a jogar com regularidade. Nessa época, com Mário Wilson no comando
técnico, foi quase sempre utilizado a lateral-esquerdo, ocupando Artur o lado
oposto da cortina defensiva. Ele que havia sido avançado e médio nos escalões
juvenis, recuava em termos tácticos, passando a lateral-direito, sobretudo a
partir da saída de Artur para o Sporting. Em 81/82, com Baroti, depois com
Eriksson e nos consulados técnicos posteriores, estabeleceu-se a central,
formando dupla de prestigio com o capitão Humberto Coelho.
Jogou 14 anos consecutivos
na equipa sénior. Disputou quase 400 jogos oficiais, tornando-se 11º
futebolista mais utilizado de sempre no Benfica. Conquistou sete Nacionais,
cinco Taças e duas Supertaças. Por uma dezena de vezes vestiu a camisola
nacional, numa altura em que gigante era a concorrência para o seu posto.
Impassível na função, seguro
a intervir, corajoso a lutar, sempre mentalmente forte, António Bastos Lopes
marcou uma época no Benfica. De ouro e de prata foi.
Épocas no Benfica: 15
(1972/1987)
Jogos: 380
Golos: 4
Títulos: 7 CN, 5 TP e 2 ST
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