sábado, 3 de setembro de 2016

GRANDES NOMES

SILVINO



Silvino de Almeida Louro. Setúbal. 5 de Março de 1959. Guarda-redes.
Épocas no Benfica: 8 (86/94). Jogos: 259. Títulos: 4 (Campeonato Nacional), 2 (Taça de Portugal) e 1 (Supertaça).
Outros clubes: V. Setúbal, V. Guimarães, FC Porto e Salgueiros. Internacionalizações: 23.
  


Quando o patriarca Manuel Galrinho Bento se lesionou no Mundial do México, em 1986, o pânico quase se instalou nas hostes encarnadas. Desde José Bastos, passando por Costa Pereira e José Henrique, até ao mais internacional guarda-redes benfiquista de sempre, a baliza do Glorioso jamais tinha constituído motivo de apreensão. Exigente tarefa aguardava Silvino, contratado no início da época de 86/87, vindo de Guimarães, depois de ter entrado no pátio da fama pelas paragens da sua Setúbal natal.



Por apodo, Mãozinhas ficou. Doce e diminutiva alcunha essa. Mãozorras ficar-lhe-ia melhor. Ele que era mão-tenente, mão-posta, antítese de mãos-largas. Ou até mão-de-judas, apagador último dos vestígios ofensivos dos adversários. A mãos ambas, entregou-se à empreitada. Em primeira mão, passou incólume, com mãos de ferro, com mãos de mestre. Sem nunca meter os pés pelas mãos, sem nunca ficar fora de mão, mão de rédea exerceu, a mão ao sucesso deu.



Nas quatro primeiras épocas, a concorrência perdeu veleidades. Silvino era o dono das redes. Venceu dois Campeonatos, uma Taça, uma Supertaça ainda. Por duas vezes, participou na final dos Campeões Europeus. À primeira oportunidade, manteve a baliza inviolada durante 120 minutos, mas já não foi capaz de suster seis pontapés da marca de grande penalidade, desferidos por jogadores do PSV. Na segunda, dois anos depois (89/90), o holandês Rijkaard conseguiu desfeiteá-lo, dando o titulo ao Milan. Mesmo assim, teve uma atitude globalmente positiva e os pecados benfiquistas, se os houve, não podem ser assacados à retaguarda. 



No segundo ciclo da sua estada na Luz, as coisas não correram já tanto de feição. Laureado foi em mais dois Campeonatos e uma Taça, mas ficou muitos encontros na sombra do ágil Neno, seu principal candidato ao lugar. Só na temporada de 92/93 se aproximou das melhores anotações do passado recente. No termo de 94, na condição de campeão nacional, despediu-se no Bessa por entre lágrimas devido ao já conhecido abandono de Toni e os aplausos pela revalidação do titulo. Apenas esse jogo fez, durante a temporada, jogo merecido, jogo de consagração. Era à época o quarto guarda-redes mais internacional do futebol autóctone, depois de Vítor Baia, Bento e Vítor Damas.



No Benfica, Silvino revelou-se aposta ganha. Na linha dos melhores intérpretes da função no longo historial do clube, irradiou simpatia, conquistou adeptos, cimentou prestigio, na arte de bem defender a baliza.

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