segunda-feira, 18 de julho de 2016

GRANDES NOMES

NENO


Neno é o conhecido guarda redes cantor mais famoso de Portugal, ao jeito de Júlio Iglésias, o cantor espanhol, o seu maior ídolo, que também foi durante alguns anos o “portero” do colosso Real Madrid e que também seguiu uma carreira artística internacional ao nível da musica depois de abandonar a pratica do futebol.

Sem questionar os dotes musicais de Neno, o certo é que o seu nome fica ligado ao futebol português essencialmente pela sua brilhante carreira enquanto futebolista profissional em clubes como o FC Barreirense, o SL Benfica, o Vitoria de Setúbal e no Vitoria de Guimarães, onde jogou durante 7 temporadas, e no qual, após pendurar as luvas de guarda redes assumiu vários cargos na orgânica do clube, essencialmente no departamento de futebol profissional ou nas equipas técnicas.



Adelino Augusto Graça Barbosa Barros nasceu na Cidade da Praia, na Ilha de Santiago no arquipélago de Cabo Verde no dia 27 de Janeiro de 1962, mas tanto no futebol como na música é com o nome de Neno que é por todos conhecido.

O seu gosto pelo futebol vem dos tempos em que ainda vivia na Cidade da Praia em Cabo Verde quando miúdo disputava as populares peladas com os amigos no recreio da escola.

Deixou Cabo Verde ainda criança e veio com a família para Portugal em busca de um melhor futuro fixando a sua residência no Barreiro. É nessa localidade da margem sul do Tejo que o Neno começa a despertar o interesse de vários “olheiros” que vagueavam pelas ruas da cidade na busca de pequenos talentos que participavam em torneios de futebol entre ruas, bairros ou freguesias.

O primeiro a abeirar-se de Neno foi alguém que o levaria a treinar ao FC Barreirense. Todavia Neno não gostou da experiência. Ele com menos de 13 anos de idade tinha que conviver com gente mais graúda pois na época o clube do Barreiro não tinha equipa de iniciados. Rapidamente deixou o clube e regressou ao seu grupo de petizes que simplesmente se divertiam a jogar futebol.



Não durou muito tempo ate que surgisse novamente alguém interessado em levar Neno a jogar futebol com mais seriedade. Descoberto por outro desses “olheiros” Neno é convencido a inscrever-se no Santo Antoniense, modesto clube da Vila de Santo António da Charneca no conselho do Barreiro. A sua primeira inscrição federativa remonta à época de 1975/76 onde, com apenas 13 anos de idade, se integrou na equipa de iniciados do Santo Antoniense.
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Despertou novamente o interesse do maior clube da região - o FC Barreirense - por quem acaba por rubricar contrato com 16 anos de idade onde se manteve durante 6 anos, até ao final da temporada de 1983/84 já como sénior. Ao serviço do FC Barreirense nos campeonatos nacionais secundários Neno começou a demonstrar todas as suas qualidades como guarda redes e as abordagens por parte de clubes de maior dimensão para a sua aquisição foram-se sucedendo. Neno encorpava mais um valor saído da famosa escola de guarda redes do Barreiro.

O SL Benfica estava atento aos desempenhos protagonizados por Neno no clube do Barreiro e acabou por contrata-lo para a época de 1984/85. Todavia, naquela altura o SL Benfica tinha no seu lote de guarda redes profissionais de grande valia que pouco espaço dariam a Neno, um jovem e sem experiência de 1ª Divisão.

O SL Benfica tinha como guarda redes titular Bento, também dono da baliza da Selecção Nacional, e como suplente o conceituado e experiente Delgado e ainda Silvino que regressava à Luz depois de ter representado o Vitoria de Guimarães a titulo de empréstimo.
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Por sua via, em Guimarães, na época de 1984/85 procurava-se um guarda redes para render Silvino que havia regressado à Luz. Jesus seria por certo o titular da baliza do Vitoria treinado pelo controverso belga Raymond Goethals, mas faltava um guarda redes para completar o lote que já incluía o jovem Lopes.

Nessa medida, a escolha do Vitoria recai precisamente em Neno que assim chega a Guimarães já com a pré-temporada de 1984/85 a decorrer cedido a titulo de empréstimo do SL Benfica, substituindo Silvino, um guarda redes de quem Neno será mais tarde parceiro quer na equipa benfiquista quer na Selecção Nacional.

Neno iniciou a época como suplente de Jesus. Sucede, porem, que a época desportiva não estava a correr de feição à equipa do Vitoria com os maus resultados a acumularem-se. É quando o técnico Goethals decide lançar o jovem Neno na baliza do Vitoria.

A estreia de Neno na 1ª Divisão Nacional dá-se à passagem da 11ª jornada do Campeonato Nacional de 1984/85, no Estádio Municipal de Guimarães, no jogo que opôs o Vitoria à Académica de Coimbra. O vimaranenses venceriam o encontro por 2-1, como golos da autoria de Miguel e Paulo Ricardo. O tento dos estudantes seria apontado por Nilson aos 30 minutos sendo por via disso o primeiro jogador a conseguir bater Neno em Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão.

A partir desse encontro nunca mais Neno abandonou o posto de guarda redes titular da equipa do Vitoria relegando Jesus para a condição de suplente. Afirmou-se assim, logo na primeira época na principal divisão nacional, lançando numa auspiciosa carreira.
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O Vitoria fez colectivamente uma época mediana, terminando a prova posicionado no 9º lugar da tabela, mas Neno esteve sempre em plano de evidência realizando algumas exibições reconhecidas pela crítica. Ganhou experiência e tecnicamente evoluiu bastante, para o que muito contribuiu a acção do técnico Goethlas, que tinha orgulho em dizer que tinha “feito” Neno.

Neno como guarda redes caracterizava-se como sendo muito ágil, rápido e dotado de grandes reflexos. Era capaz de efectuar as defesas mais inacreditáveis. Era felino, projectando-se em espectaculares voos dentro das balizas. Era arrojado a fazer-se aos lances. Tinha todavia um ponto fraco que ao longo da carreira lhe foi custando alguns “frangos”. No jogo aéreo Neno sucumbia algumas vezes, principalmente em cruzamentos executados de forma tensa para o interior da grande área.

Os seus desempenhos ao serviço do Vitoria naquela primeira época no mais alto escalão do futebol nacional valeram-lhe o regresso à casa mãe. Neno foi assim integrado no plantel principal do SL Benfica treinado pelo inglês John Mortimore na época de 1985/86 e 1986/87.

Todavia, Neno apenas participou em 1 jogo em cada uma daquelas épocas, registando desta forma uma diminuta utilização. Na primeira época o titular indiscutível foi Bento e na segunda época foi Silvino que assim foi o escolhido para suceder a Bento que se havia lesionado com gravidade durante o Mundial do México de 1986.


Sagrar-se-ia Campeão Nacional da 1ª Divisão na época de 1986/87 e vencedor da Taça de Portugal na temporada de 1985/86.

Após dois anos em que praticamente só treinava e sentava-se no banco de suplentes nos dias dos jogos, Neno decidiu sair mais um ano do SL Benfica para rodar noutro clube porque a sua ascensão estava condicionada por Bento e Silvino.

Seguiu para a cidade de Setúbal para representar o Vitoria na época de 1987/88 treinado pelo inglês Malcolm Allison. Aí acreditava que podia evoluir e jogar com maior regularidade adquirindo a experiência necessária para agarrar a baliza do SL Benfica. Enganou-se. Na cidade do Sado encontrou o internacional húngaro Ferenc Meszaros que praticamente não deu qualquer hipótese a Neno que continuou com a sua condição de suplente. Na temporada de 1987/88, Neno apenas alinhou em 6 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde a equipa do Vitoria FC terminou a competição na 8ª posição com uma das defesas menos batidas da prova.

Na época de 1988/89 mantiveram-se na Luz Silvino e Bento, e apostava-se nos jovens Bizarro e Dias Graça. Neno decide regressar para onde tinha sido mais feliz. Volta a Guimarães para representar o Vitoria durante duas temporadas e definitivamente afirmar-se como um dos melhores guarda redes nacionais.

Em 1988/89 o treinador do Vitoria era o brasileiro Geninho que apostou desde logo na titularidade de Neno. De Guimarães havia saído Jesus e ficaram dois jovens e ainda o experiente guarda redes brasileiro João Leite.


Com Neno o Vitoria começou logo por conquistar o primeiro troféu a nível nacional daquela época. E Neno contribuiu decisivamente para essa conquista. Efectuou uma espectacular exibição no Estádio das Antas frente ao FC Porto no jogo da 2ª mão da Supertaça Cândido de Oliveira, em que o Vitoria arrancou um empate a 0-0 e assim permitiu alcançar o troféu em disputa.

No Campeonato Nacional o Vitoria realiza uma temporada mediana, alternando o seu desempenho entre momentos altos e momentos baixos, terminando a prova classificado na 9ª posição da tabela final. Quem não teve momentos altos e baixos foi Neno que pautou as suas actuações ao longo de toda a competição por fantásticas exibições em todos os estádios do país. Alias, tanto assim foi, que Neno acabou distinguido pelo Jornal A Bola com o prémio Soprol destinado a premiar o jogador do campeonato nacional mais pontuado pelos seus jornalistas que cobriram todos os jogos da prova.

Faz também a sua estreia em competições internacionais de clubes com a camisola do Vitoria na disputa das Taças das Taças, em que os vimaranenses acabam prematuramente eliminados pelos modestos holandeses do Roda Kerkrade. O jogo da estreia decorre no Gemeentelijk Sportpark, onde o Vitoria foi derrotado pelo Roda por 2-0, comprometendo logo no jogo da 1ª mão o apuramento para a eliminatória seguinte, pois no jogo da 2ª mão em Guimarães, os vitorianos não foram além de uma vitoria por 1-0.

Pelos seus desempenhos ao serviço do Vitoria, Neno começou a ser convocado para representar a Selecção Nacional de Portugal com o seleccionador Juca, sendo todavia, relegado para a condição de suplente de Silvino. A sua estreia com a camisola de Portugal ocorre no dia 8 de Junho de 1989 no mítico Estádio do Maracanã na cidade do Rio de Janeiro no Brasil, precisamente num encontro amigável frente à selecção canarinha. Portugal acaba vergado ao poderia do escrete brasileiro saindo da cidade maravilhosa do Rio Janeiro copiosamente derrotado por 4-0.


Na época de 1989/90 o guarda redes Neno permaneceu ao serviço do Vitoria. Com Paulo Autuori à frente da equipa técnica do Vitoria realizou uma excelente época. Os bons resultados aliaram-se às excelentes exibições protagonizadas pela equipa do Vitoria. Neno foi o guarda redes titular mas cedeu esse lugar em alguns jogos a Madureira o outro guarda redes do plantel.

Ao longo do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, em que o Vitoria terminou em 4º lugar, garantindo assim o acesso às provas internacionais atingindo o objectivo definido no início da época, Neno contabilizou 21 utilizações oficiais.

Destaque para uma das mais fantásticas exibições da sua carreira. Aquela que Neno protagonizou ao serviço do Vitoria no Estádio das Antas frente ao FC Porto que se viria a sagrar campeão nacional naquela época. O Vitoria alcançou um empate a 1-1 com a Neno a exibir-se a grande altura efectuando um punhado de excelentes intervenções.

No final da época, e depois das duas temporadas ao serviço do Vitoria, onde já era capitão de equipa, Neno com 28 anos era indiscutivelmente um dos melhores guarda redes nacionais e regressou ao SL Benfica para se afirmar definitivamente como o dono da baliza dos encarnados.

Na temporada de 1990/91, o SL Benfica comandado por Sven Goran Eriksson, sagrou Campeão Nacional da 1ª Divisão, com o contributo de Neno que foi decisivo em vários jogos da segunda metade da época. Ainda assim, foi Silvino quem iniciou a temporada como titular dos encarnados, cedendo em Janeiro de 1991 o lugar a Neno que permaneceria naquela posição ate ao final da época. Bento, já em final da carreira era o 3º guarda redes, mas de quem Neno sempre teve como ídolo. Neno alinhou em 21 partidas no Campeonato que o SL Benfica veio a vencer.


Apesar de jogar pelo SL Benfica Neno nunca deixou de ser admirado e reconhecido em Guimarães. Pela sua forma de ser, pela simpatia, a boa disposição permanente, mas acima de tudo pelos serviços prestados ao Vitoria, Neno criou uma estreita relação com os adeptos do clube vimaranense que sempre lhe honraram com enormes aplausos quando se apresentava em Guimarães mesmo nos jogos contra o Vitoria.

Alias, é um regresso com a camisola do SL Benfica ao Minho para jogar contra o Vitoria que Neno recorda como um dos momentos mais marcantes da sua carreira. O jogo foi disputado no Estádio 1º Maio em Braga frente ao Vitoria, “eu entrei em campo e o pessoal todo em pé a bater-me palmas. O Ericksson abeirou-se de mim e disse-me “Ma Neno, que fizeste a esta gente aqui?” e eu nem lhe respondi, limitei-me a dizer que tínhamos feito uma boa época e nada mais”.

Na época seguinte, ainda com Ericksson no comando técnico, o SL Benfica não conseguiu renovar o título de campeão nacional, quedando-se pelo 2º lugar na principal prova portuguesa.

Neno foi titular indiscutível do SL Benfica não dando qualquer hipótese ao seu concorrente directo que continuava a ser Silvino. Neno contabilizou 33 jogos completos nesta temporada de 1991/92 e apenas 1 incompleto.

O SL Benfica atingiu a poule da Taça dos Campeões Europeus, prova em que se destaca uma estrondosa vitoria em Londres sobre o Arsenal, já no decorrer do prolongamento por 1-3.



Nesta época sem títulos para os encarnados Neno foi a grande figura do SL Benfica. Foi de longe o melhor jogador do SL Benfica, sendo sempre titular no Campeonato Nacional e na Taça dos Campeões Europeus, exibindo-se ao mais alto nível funcionando muitas vezes como verdadeiro salvador de uma defesa que apresentava inúmeras debilidades na zona central. De facto, era muito jovem, na maioria das vezes, com pouco mais de 20 anos de idade, constituída por Paulo Madeira e Rui Bento, que esporadicamente recebia William que era um jogador mais experiente.

Ao SL Benfica chega para a época de 1992/93 um novo treinador. Tomislav Ivic é o escolhido para comandar a formação da Luz, mas com os maus resultados verificados acabou por ceder o lugar a Toni.

Com a chegada do novo treinador, Neno perde a titularidade na formação do SL Benfica voltando à sua condição de suplente de Silvino que passa a ser o dono da camisola n.º 1 desde o início do Campeonato Nacional.

Neno, que apenas alinhava nos jogos da Taça de Portugal, regressa à baliza do SL Benfica no dia 21 de Março de 1993, num jogo decisivo para a conquista do título de campeão nacional frente ao Sporting CP. Num desafio disputado no Estádio da Luz, numa tarde de primavera, perante cerca de 30.000 espectadores e arbitrado por Jorge Coroado, o SL Benfica leva de vencida o eterno rival da 2ª circular por 1-0 com um golo apontado por Paulo Futre aos 65 minutos.

A partir daí Neno retoma a posição de titular na baliza do SL Benfica, lugar que viria a perder para Paulo Sousa! Sim, Paulo Sousa o médio internacional português assumiu as redes encarnadas substituindo Neno que foi expulso após cometer uma grande penalidade num jogo disputado no Estádio do Bessa frente ao Boavista FC.

Foi a 10 de Abril de 1993, no Estádio do Bessa, numa noite muito chovosa, com um relvado em péssimo estado, completamente empapado e com muitas poças, que o SL Benfica defrontava o Boavista FC num dificílimo jogo que poderia emperrar a perseguição que os encarnados faziam ao FC Porto que era primeiro na classificação com apenas 1 ponto de vantagem.



Este jogo foi bastante polémico e com inúmeros cartões mostrados pelo arbitro Fortunato Azevedo de Braga. O SL Benfica acabou por vencer por 2-3, apesar do sofrimento que passou após os 72 minutos de jogo. Esse fatídico minuto foi o da expulsão de Neno após cometer uma grande penalidade sobre o boavisteiro Nelson Bertolazzi, quando o SL Benfica já tinha esgotado as substituições. Neno foi substituído naquela posição pelo médio encarnado Paulo Sousa.

Neno deixou a titularidade da baliza do SL Benfica para Silvino até final da época e o FC Porto sagrou-se Campeão Nacional na época de 1992/93.

O SL Benfica conquistaria a Taça de Portugal, depois de deixar pelo caminho o Vitoria nas meias finais e o Boavista FC no jogo da final no Jamor. Em Guimarães o SL Benfica venceu o Vitoria por 1-2 já próximo do final do jogo, de forma extremamente injusta. Na final do Jamor disputada no dia 10 de Junho de 1993, o SL Benfica com Neno a titular derrotou o Boavista FC por 5-2 numa magnífica exibição de Paulo Futre, arrebatando assim o troféu.

A época de 1993/94 é a ultima temporada de Neno como titular da baliza dos encarnados, deixando como seus suplentes os guarda redes Silvino e Paulo Santos. O SL Benfica comandado por Toni conquista o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com Neno a jogar em 33 dos 34 jogos da prova, apenas falhando o ultimo jogo da época no Bessa frente ao Boavista FC, mas com o SL Benfica já virtual Campeão.


Contra o Vitoria jogou no jogo da consagração para o SL Benfica à 33ª jornada onde se verificou um empate a 0-0, com uma actuação lamentável do árbitro Carlos Valente que decidiu entrar na festa do Campeão e prejudicar os vimaranenses.

No jogo de Guimarães foi Neno que protagonizou uma portentosa actuação que impediu a equipa do Vitoria de marcar, apenas conseguindo concretizar um golo aos 90 minutos e na transformação de uma grande penalidade por Ziad. Foi contudo um golo insuficiente pois os encarnados venceriam a partida por 1-2.

Neno foi também o guarda redes titular do SL Benfica no celebre jogo que decidiu o Campeonato de 1993/94 em Alvalade frente ao Sporting CP, que os encarnados venceram por 3-6 numa memorável exibição de João Pinto.

Esta temporada ficou também marcada para os encarnados pela participação na edição da Taças da Taças em que o SL Benfica atingiu as meias finais da prova, onde acabou eliminado pelo Parma de Itália. Depois de deixar pelo caminho o Katowice, CSKA Sofia e o Bayer Leverkusen (depois de um sensacional 4-4 no jogo da 2ª mão na Alemanha) o SL Benfica venceu no Estádio da Luz o Parma por 2-1 no jogo da 1ª mão da meia final da prova. No jogo da 2ª mão no Enio Tardini em Itália, o SL Benfica, e principalmente Neno, aguentaram o sufoco da equipa transalpina até ao minuto 75, quando Sensini marcou o golo da vitoria (1-0) que deixou os encarnados de fora da final.


Artur Jorge foi entretanto o escolhido pelos responsáveis do SL Benfica para comandar a equipa principal na temporada seguinte substituindo o treinador campeão Toni. Chegou também ao clube da Luz um novo guarda redes. O internacional belga Michel Preud´Homme, um guardião mundialmente consagrado como um dos melhores.

Obviamente que Neno foi relegado para suplente em face de tão mediática contratação. No Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1994/95, em que o SL Benfica foi 3º classificado, Neno apenas actuou em 4 jogos completos e 1 incompleto quando substituiu Michel Preud´Homme no jogo da última jornada.

Começava aqui um longo jejum do SL Benfica. Nesta época destaque para a Supertaça Cândido de Oliveira que o SL Benfica perdeu para o FC Porto. Depois de dois empates a 1-1, nos jogos das Antas e da Luz, disputou uma finalíssima no Parque dos Príncipes em Paris, num jogo em que Neno foi o titular da baliza encarnada, e que o FC Porto venceu por 1-0, com um golo de Domingos aos 51 minutos.

A sua condição de suplente no SL Benfica não lhe agradava e a forma como o clube e o plantel estavam a ser geridos levaram à sua saída no final da época de 1994/95. Para Neno choveram convites. Falou-se bastante do Sporting CP, bem como em outros clubes, contudo, o coração de Neno falou mais alto, acabando por decidir aceitar o convite para representar o Vitoria de Guimarães já com 33 anos de idade.

Neno juntamente com Vítor Paneira assinaram pelo Vitoria Sport Clube protagonizando uma das transferências mais badaladas da época. Eram as grandes aquisições do Clube para a temporada de 1995/96 que tinha como Vítor Oliveira o treinador principal. Neno juntar-se-ia ao lote de guarda redes do plantel que incluía o seu já conhecido Madureira colega dos tempos da sua segunda passagem por Guimarães, e o jovem Nuno Espírito Santo.

No Campeonato Nacional o Vitoria foi 5º classificado da prova, após uma brilhante recuperação onde foi o campeão da 2ª volta e depois da substituição de Vítor Oliveira por Jaime Pacheco. Neno foi utilizado em 21 partidas (20 completas e 1 incompleta), Nuno em 13 e Madureira (1 incompleta).

Desde o inicio da temporada que Neno foi o titular do Vitoria. Mesmo depois da entrada e Jaime Pacheco no comando da equipa onde Neno manteve a sua posição no onze. Até à jornada 20, onde terá acontecido o pior jogo da vida Neno, onde o seu profissionalismo e dedicação ao Vitoria chegou a ser posto em causa por muitos adeptos.

Foi um jogo horrível para Neno, onde esteve muito infeliz nos golos consentidos ao adversário. O Vitoria jogava contra o seu anterior clube o SL Benfica. Ao intervalo o Vitoria já vencia por 2-0, com golos de Zahovic e Ricardo Lopes e com uma magnífica exibição. No inicio da 2ª parte e em apenas 10 minutos o SL Benfica consegue dar a volta ao marcador, transformando o 2-0 em 2-3, com Neno e ter muitas culpas nos golos concretizados pelo adversário. J. Pinto aos, 51 minutos, Marcelo aos 53, Ricardo Gomes aos 61, deram a volta ao marcador o qual foi ampliado já aos 88 minutos novamente por João Pinto. Resultado final 2-4 e um rol de criticas a Neno.



Na jornada seguinte, a vigésima primeira, Jaime Pacheco substituiu Neno por Nuno na baliza do Vitoria, e o Vitoria acabou por vencer por 1-2 no Estádio Dr. Magalhães Pessoa a União de Leiria. A partir de então Nuno nunca mais perdeu o lugar de titular.

De resto, a parte final desta época foi cheia de contrariedades para Neno que com toda certeza sofre bastante com a situação. É que primeiro perdeu a titularidade na baliza do Vitoria, e depois perdeu o lugar na convocatória da Selecção de Portugal para o Europeu de Inglaterra em 1996.

Neno que até fez a sua estreia em jogos oficiais pela Selecção de Portugal na campanha de qualificação para o Euro 96, enquanto jogador profissional do Vitoria. Ocorreu em 15 de Outubro de 1995, quando Portugal derrotou a Republica da Irlanda por 3-0 no último jogo do apuramento disputado no Estádio da Luz, tendo Neno entrado na 2ª parte para substituir Vítor Baia. Alias, Neno era já o guardião suplente da selecção e de Vítor Baia.

Todavia, chegado o momento de convocar os atletas portugueses que iriam seguir para o Euro de 1996 para representar a Selecção Nacional em Inglaterra de forma surpreendente não consta o nome de Neno, aparecendo em sua substituição os nomes de Rui Correia e Alfredo, alem do titular Vítor Baia.
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Ao longo da sua carreira Neno representou a Selecção Nacional em 9 ocasiões, sendo que o ultimo jogo com a camisola das quinas ocorreu no dia 24 Janeiro de 1996 num amigável frente à Inglaterra. Apesar de apenas ter jogado por 9 vezes Neno era um habitue nas convocatórias da Selecção sendo em primeira instancia o suplente de Silvino e mais tarde de Vítor Baia.


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