quarta-feira, 3 de agosto de 2016

GRANDES NOMES

VALADAS



Alfredo Valadas Mendes. Minas de São Domingos. Nasceu a 16 de Fevereiro de 1912 e faleceu em1994. 
Avançado.
Épocas no Benfica: 10 (34/44). Jogos: 263. Golos: 162. Títulos: 1 (Campeonato Portugal), 6 (Campeonato Nacional), 1 (Campeonato de Lisboa) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Luso de Beja, Sporting e SL Beja. Internacionalizações: 6

Esforço, devoção e glória. Não, não há plágio, não há equívoco, não há gralha. É mesmo o lema do Sporting Clube de Portugal. Um normativo que Alfredo Valadas desejava ardentemente interpretar. A obsessão prolongou-se até ao início da idade adulta. “Eu era um leão ferrenho”, chegou a confessar.

Nasceu em Fevereiro de 1912, ano em que se afundou o Titanic. Alentejano de Beja, das Minas de São Domingos, parecia ter herdado o espírito mineiro, consubstanciado na têmpera, na coragem, no ardor. Iniciou-se pelo Luso de Beja, actual Desportivo, com apenas 15 anos. Três temporadas depois, atributos confirmados, ingressou no Sporting, consumando o sonho. Sonho não, pesadelo. “Desde o início, os dirigentes prometeram-me um emprego e não cumpriram; aborreci-me e voltei à terra, onde estive um ano sem jogar para ficar livre”. Era assim nesses tempos.



Passada a dolorosa abstinência, Valadas foi convidado a ingressar no Benfica. Aires da Fonseca responsabilizou-se pela abordagem. Corria o ano de 1934. “Embora sem me conseguirem o tal emprego, fizeram uma proposta que me agradou; jogava com a carta na mão, até me arranjarem colocação como funcionário público”. Compromisso honrado, à Benfica, em 1937 estava nos quadros do Governo Civil de Lisboa.

A nova afeição durou dez temporadas. Profícua foi também. Valadas conquistou 11 títulos, espalhados por seis Campeonatos Nacionais, um de Portugal, outro de Lisboa e três Taças. Actuou em 263 partidas e obteve 162 golos. Ainda hoje faz parte da lista dos dez melhores marcadores do historial encarnado. À Selecção Nacional emprestou, por seis ocasiões, os seus préstimos, com dois golos apontados.

Valadas era extremo-esquerdo. Alto e corpulento, mesmo assim dotado de grande velocidade e forte disparo. Não abjurava a posição, fintando com sapiência. Chamavam-lhe repentista, conceito que nasceu do seu talento. A 7 de Fevereiro de 1943, um jogo houve que aparece sublinhado a vermelho no livro de honra das proezas benfiquistas. Triunfo por 12-2 (!) sobre o FC Porto, no Campo Grande, a contar para o Nacional. Olímpica jornada essa, com Martins, Gaspar Pinto e César Ferreira; Jordão, Albino e Francisco Ferreira, Manuel da Costa, Barros, Julinho, Teixeira e Valadas.


 Valadas recebe a Taça. Atrás dele está Brito. Ao lado deste estão 
César Ferreira,  Francisco Rodrigues e Manuel Jordão.
 Estes três últimos têm aos pés  aquilo que parece uma garrafinha 
de tinto para beber à noite. Para comemorar a vitória pois então!!!



Em 43/44, despedir-se-ia, com mais um triunfo na Taça de Portugal. Já não actuou no embate decisivo, no Campo das Salésias, na vitória do Benfica perante o Estoril (8-0), com cinco golos de Rogério. Rogério de Carvalho, o Pipi das delicias berrantes, era o substituto na posição. Trocava-se ouro por… ouro. Ganhou o clube. Como ganhou Valadas o livre-trânsito na praça dos mais intrépidos. Com esforço, dedicação e glória. Só que no Benfica.

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