GRANDES NOMES
VALADAS
Alfredo Valadas Mendes.
Minas de São Domingos. Nasceu a 16 de Fevereiro de 1912 e faleceu em1994.
Avançado.
Épocas no Benfica: 10
(34/44). Jogos: 263. Golos: 162. Títulos: 1 (Campeonato Portugal), 6
(Campeonato Nacional), 1 (Campeonato de Lisboa) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Luso de Beja,
Sporting e SL Beja. Internacionalizações: 6
Esforço, devoção e glória.
Não, não há plágio, não há equívoco, não há gralha. É mesmo o lema do Sporting
Clube de Portugal. Um normativo que Alfredo Valadas desejava ardentemente
interpretar. A obsessão prolongou-se até ao início da idade adulta. “Eu era um
leão ferrenho”, chegou a confessar.
Nasceu em Fevereiro de 1912,
ano em que se afundou o Titanic. Alentejano de Beja, das Minas de São Domingos,
parecia ter herdado o espírito mineiro, consubstanciado na têmpera, na coragem,
no ardor. Iniciou-se pelo Luso de Beja, actual Desportivo, com apenas 15 anos.
Três temporadas depois, atributos confirmados, ingressou no Sporting,
consumando o sonho. Sonho não, pesadelo. “Desde o início, os dirigentes
prometeram-me um emprego e não cumpriram; aborreci-me e voltei à terra, onde
estive um ano sem jogar para ficar livre”. Era assim nesses tempos.
Passada a dolorosa
abstinência, Valadas foi convidado a ingressar no Benfica. Aires da Fonseca
responsabilizou-se pela abordagem. Corria o ano de 1934. “Embora sem me
conseguirem o tal emprego, fizeram uma proposta que me agradou; jogava com a
carta na mão, até me arranjarem colocação como funcionário público”.
Compromisso honrado, à Benfica, em 1937 estava nos quadros do Governo Civil de
Lisboa.
A nova afeição durou dez
temporadas. Profícua foi também. Valadas conquistou 11 títulos, espalhados por
seis Campeonatos Nacionais, um de Portugal, outro de Lisboa e três Taças. Actuou
em 263 partidas e obteve 162 golos. Ainda hoje faz parte da lista dos dez
melhores marcadores do historial encarnado. À Selecção Nacional emprestou, por
seis ocasiões, os seus préstimos, com dois golos apontados.
Valadas era
extremo-esquerdo. Alto e corpulento, mesmo assim dotado de grande velocidade e
forte disparo. Não abjurava a posição, fintando com sapiência. Chamavam-lhe
repentista, conceito que nasceu do seu talento. A 7 de Fevereiro de 1943, um
jogo houve que aparece sublinhado a vermelho no livro de honra das proezas
benfiquistas. Triunfo por 12-2 (!) sobre o FC Porto, no Campo Grande, a contar
para o Nacional. Olímpica jornada essa, com Martins, Gaspar Pinto e César
Ferreira; Jordão, Albino e Francisco Ferreira, Manuel da Costa, Barros, Julinho,
Teixeira e Valadas.
Valadas
recebe a Taça. Atrás dele está Brito. Ao lado deste estão
César Ferreira, Francisco Rodrigues e Manuel Jordão.
Estes três últimos têm aos pés aquilo que
parece uma garrafinha
de tinto para beber à noite. Para comemorar a vitória
pois então!!!
Em 43/44, despedir-se-ia,
com mais um triunfo na Taça de Portugal. Já não actuou no embate decisivo, no
Campo das Salésias, na vitória do Benfica perante o Estoril (8-0), com cinco
golos de Rogério. Rogério de Carvalho, o Pipi das delicias berrantes, era o
substituto na posição. Trocava-se ouro por… ouro. Ganhou o clube. Como ganhou
Valadas o livre-trânsito na praça dos mais intrépidos. Com esforço, dedicação e
glória. Só que no Benfica.
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