GRANDES NOMES
CORONA
Eduardo José Corona
1 de Setembro de 1925 - 22 de Março de 2008
O que é uma Corona? Uma
descarga luminosa. O que era o Corona? Uma descarga luminosa. Uma? Duas, três,
muitas descargas luminosas. De vermelho-vivo. No seu posto, no seu flanco. Com
a sua arte, a sua magia. Para fazer assistências, fazer golos. Dar alegrias,
dar títulos.
Era mais um produto do
vivificante Barreiro. Chegou ao Benfica na época 46/47, a quarta consecutiva e
último da húngaro Janos Biri. Só fez cinco jogos e dois golos, que não era
fácil garantir sucesso no reino da águia. No reino dos também avançados Julinho,
Arsénio, Espírito Santo, Baptista, Mário Rui e Rogério. No ano seguinte, com o
regresso de Lipo Herezka ao comando, passou a ser mais utilizado. Uma derrota,
em casa, frente ao Elvas, inviabilizou a toma do Nacional. Venceu o Sporting,
com os mesmos pontos, mas à melhor de um golo. Por isso, rotulada a prova foi
de campeonato do pirolito.
Progressivamente, Corona ia
garantindo a titularidade. Só que explodia de ganância por um titulo, que
teimava em escapar. A música era ditada pelos Violinos do Sporting. Assim foi
também em 48/49, época em que o Benfica infligiu 13-1 ao Académico de Viseu,
com dois golos da sua lavra, registo apenas superado 40 anos depois, num
Benfica-Riachence, para a Taça de Portugal, com Toni no banco e o nigeriano
Ricky a marcar seis tentos. Valeu, então, a Taça, ganha à custa do Atlético
(2-1), com Corona na abertura do activo.
Sob a direcção de Ted Smith,
finalmente, a consagração na magistral temporada de 49/50. Vitória no
Campeonato, vitória na Taça Latina. Um golo apontou ao Bordéus, antes da
finalíssima, que não prescindiu da sua presença. Mais três Taças de Portugal
haveria de ganhar, frente à Académica, ao Sporting (com um golo) e ao FC Porto.
Nesta última, participou no inicio do trajecto, mas não no embate decisivo. É que
a descarga, essa, já não era tão luminosa.
Fez 129 partidas oficiais,
tendo apontado 60 golos. Uma marca simpática, no mínimo, para um extremo. Era à
direita que Corona elegia terreno propicio às suas habilidades. Escorreitas,
sempre. Tratava a bola com intimidade, com subtileza, com gabarito. Era um
ablutor do ataque. Na imensidão dos seus truques. Corona jamais deslustrou ao
lado de Félix, de Francisco Ferreira, de Espírito Santo, de Arsénio, de
Julinho, de Águas, de Rogério. Corona acrescentou. Com nível superior. Pela
elementar razão de que significava continuidade ou, melhor ainda, fundada a
expectativa na mudança das agulhas de um jogo. Motivo de sobra para ser
incluído no género dos criativos. Daqueles que não são proscritos pela verdade
centenária.
Épocas no Benfica: 7 (46/53)
Jogos: 129
Golos: 60
Títulos: 1CN, 4 TP, 1 Taça
Latina
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