segunda-feira, 8 de agosto de 2016

GRANDES NOMES

JOAQUIM TEIXEIRA


Joaquim Teixeira, nasceu na cidade da  Horta, Açores, a 18 de Março de 1917. Avançado.
Épocas no Benfica: 7 (39/46). Jogos: 171. Golos: 119. Títulos: 3 (Campeonato Nacional) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Angústias, Vitória Guimarães, Elvas e Almada. Internacionalizações: 1.

No século XX, o ano de 1917 encerra um significado especial. Foi, a nível externo, a revolução russa, dirigida por Lenine. Foi, internamente, a aparição de Fátima, na jura de Jacinta, Francisco e Lúcia, os mais célebres pastores da história da pátria. E foi também, por mera coincidência, o ano do nascimento de Joaquim Teixeira, duas décadas depois goleador afamado do Sport Lisboa e Benfica. Aquele que seria o primeiro açoriano a envergar o uniforme da Selecção Nacional.



Permaneceu sete temporadas no clube. Garantiu três Campeonatos, o mesmo número de Taças de Portugal. Pertenceu, no Benfica, a uma geração com inegável poder de fogo. Ele era Espírito Santo, era Arsénio, era Julinho, era Valadas, era Rogério. Eram avançados do tempo, avançados de todos os tempos. Jogadores de eleição, tão raros, tão raros, como raro era também Joaquim Teixeira. Todos juntos, em jogos oficiais, fizeram 1056 golos (!) no Benfica.



Viviam-se os tempos do futebol romântico, do futebol atacante. A acção defensiva não era, como agora é, tão meritória quanto a ofensiva. O que valia mesmo era jogar para a frente. Quase só para a frente. O prazer do peão era o golo, eram os golos. Pediam-se, exigiam-se. Sem golos não havia futebol, havia outra coisa qualquer. Dificilmente se verificava um nulo, esse resultado abjecto, verberado, anti-espectáculo.



Joaquim Teixeira fez 171 jogos oficiais pelo Benfica, assinando 119 tentos. Tinha expressão individual, tinha também a noção do colectivo. Tinha embalo, tinha codícia. Sabia fugir às marcações, era preciso nos passes, fatal nos remates. Na sua primeira época (39/40), após percurso invicto, venceu o Campeonato de Lisboa, mas perdeu o Nacional, ganho pelo FC Porto. Curiosamente, os portistas haviam ficado em terceiro lugar na competição distrital do Porto e, por consequência, não lhes era permitido disputar a mais importante das provas. Nos gabinetes do poder, em Lisboa, por ironia, foi engendrada uma solução, a do alargamento, para o FC Porto incluir. E ainda se queixam de descriminação. Dá para rir…



Na temporada seguinte, em vez de dez, de novo oito clubes, que já não fazia sentido manter o Nacional alargado. Venceu o Sporting, mas o fim do jejum estava à distância de um ano. Do sucesso, plural o Benfica fez (41/42 e 42/43). Actuava já no recém-inaugurado reduto do Campo Grande, com o magiar Janos Biri na liderança técnica. Joaquim Teixeira foi quase totalista.

Abandonou o clube no ano em que o Belenenses conquistou o seu único Campeonato. Mesmo assim, em sete jogos fez sete golos. Teixeira foi, seguramente, no Benfica, um dos mais emblemáticos intérpretes do idioma golo.

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