GRANDES NOMES
MENDES
António da Silva Mendes
18 / 10 / 1937
Lisboa ( Campo Grande )
Clubes: BENFICA / Vitória de
Guimarães
Na infância era companheiro
inseparável de Fernando Mendes ( centro campista de inegável talento e classe
do Sporting e que só uma entrada desleal de Kvasnak num Checoslováquia -
Portugal ( 0 - 1 ), jogo a contar para a qualificação do Campeonato do Mundo de
1966 "inutilizou" para a prática do futebol ), de Jorge Mendonça (
produto dos escalões jovens do Sporting e que após uma breve passagem pelo
Braga tornar-se-ia figura de grande destaque no Atlético de Madrid e no
Barcelona onde ganhou o novo apelido de Mendonza após naturalização espanhola )
e de outros jovens futebolistas.
Um certo dia, acompanhado
pelos amigos foi prestar provas no Sporting, onde teve oportunidade de calçar
botas pela primeira vez. As coisas correram tão bem nesse dia, que o Dr. Abrantes
Mendes - técnico leonino desse escalão etário e antigo internacional -
convidou-o a jogar pelo Sporting.
Sendo o pai um benfiquista
"ferrenho" e que nunca lhe permitiria tal afronta, com a cumplicidade
de uma das irmãs ( tinha três ) resolveu, temporariamente, a situação. Para
piorar ainda mais as coisas, treinava também no Benfica sob as ordens de duas
antigas glórias do clube, Alfredo Valadas e Francisco Ferreira. A
"tramóia" foi descoberta quando os dois clubes apresentaram na A.F.L.
os respectivos documentos para a sua inscrição. Como o "nosso" Mendes
era menor ( tinha 12 anos ) e a verdadeira assinatura paternal condizia com os
que foram apresentados pelo Benfica, Mendes foi ilibado de culpa, ao mesmo
tempo que era considerada a sua inscrição pelos encarnados.
Aos 14 anos estreava-se nos
"principiantes" e aos 17 Mendes passava a júnior. Entretanto tinha
surgido no futebol português uma nova categoria, prematura e infelizmente
desaparecida apelidada de "Aspirantes". A equipa do Benfica, formada
por jovens entre os 18 e 19 anos de idade, era dirigida pelo conhecido técnico
argentino José Valdivieso, que realizou um trabalho digno dos maiores encómios.
Dessa equipa vale a pena recordar os nomes de Mendes, Jurado, Isidro,
Mascarenhas ( viria a conquistar em 1964 a Taça dos Vencedores das Taças pelo
Sporting ) e Muralha.
Na época de 1957 / 58 Otto
Glória fá-lo subir à categoria principal e na sua estreia contra o Torreense, o
Benfica venceu por 1-0 e Mendes marcou o golo com uma "bomba" que fez
levantar o Estádio da Luz.
Com Béla Guttman no comando
técnico do Benfica, Mendes raramente foi opção para a equipa principal. Anos
mais tarde, Mendes diria : "Talvez o sr. Guttmann tivesse razão. Nessa
altura, eu era um louco".
Esquerdino puro, era um
ponta-de lança ( interior esquerdo ) com "dinamite" nas botas, o que
lhe valeu o apodo de "Pé Canhão".
Enquanto jogador do Benfica,
foi internacional "Esperanças" em 1958, num Portugal - África do Sul
e que se saldou numa vitória "lusa" por 3 - 1 ( marcou dois golos ).
Também foi internacional militar.
Na época de 1962 / 63
ingressou no Vitória de Guimarães, onde viria a tornar-se uma figura
preponderante da equipa. Foi ao serviço do clube minhoto que alcançaria a sua
primeira e única internacionalização.
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