ÉPOCA DE 1924/25
PLANTEL
Pimenta, Simões, Crespo, Fernando Jesus, Jorge Tavares, Francisco Vieira, Vitor Gonçalves, Vitor Hugo, Hugo Leitão, Ribeiro dos Reis, Artur Augusto, Luís Costa, Domingos Gonçalves, Mário de Carvalho, João Morais, Artur Travaços, Picoto, Felipe dos Bastos, Montalvão
TREINADOR
COSME DAMIÃO
MELHOR MARCADOR
JORGE TAVARES - 4 GOLOS
RESULTADOS
PRESIDENTE
BENTO MÂNTUA
RESUMO DA ÉPOCA
UM NOVO CAMPO
Ao instalar-se na Avenida Gomes Pereira, o Benfica passou a dispor de um pouco mais de espaço e condições. Contudo o problema era o mesmo – o campo de jogo não lhe pertencia, estando portanto dependente das vicissitudes do senhorio.
A partir de então começou-se a pensar qual seria a melhor forma de conseguir obter um campo de futebol próprio. Neste projecto empenharam-se especialmente Cosme Damião, Bento Mântua (presidente do clube entre 1917 e 1926) e a respectiva direcção, a qual foi praticamente a mesma durante estes anos. Deste modo, e com o constante aumento do número de sócios, foi pedido um empréstimo no valor de 200 contos à Caixa Geral de Depósitos. Com este valor e o restante recolhido entre quotas e outras receitas, o Benfica comprou um terreno nas Amoreiras, no qual construiu com a ajuda dos inúmeros apoiantes o primeiro campo de futebol, do qual era Dono.
O Estádio das Amoreiras foi inaugurado a 13 de Dezembro de 1925 num ambiente de festa com 15 000 adeptos nas bancadas. No jogo de apresentação do Estádio o Benfica jogou contra o Casa Pia e acabou por perder por 3 – 1.
A compra e construção de um estádio foi uma operação arriscada que pôs o clube debaixo de grandes dívidas e sem margem de manobra para fazer outros investimentos, nomeadamente a nível desportivo.
Ao mesmo tempo, e em parte também devido ao esforço da direcção em levar avante o projecto do estádio próprio, o clube teve um declínio a nível desportivo no futebol. O Benfica esteve sem ganhar o Campeonato de Lisboa entre 1920 e 1929, o que suscitou grandes críticas dentro do clube em relação ao rumo que este estava tomar. Surgiram criticas dentro da própria direcção do clube e houve uma clara divisão em relação à direcção que o clube devia seguir. Bento Mântua e Cosme Damião defendiam a consolidação orçamental e o amadorismo do futebol. Por outro lado, Alfredo Ávila de Melo, Vitor Gonçalves e António Ribeiro dos Reis eram a favor de uma “pré profissionalização do futebol” (inconscientemente, uma vez que tal termo estava muito longe de aparecer) , em que os jogadores deveriam ser ajudados financeiramente, o que já era prática comum noutro clubes de Lisboa.
A 5 de Agosto de 1925, Cosme Damião foi eleito presidente do Benfica, contudo acabou por recusar o cargo dada a completa oposição de ideias dos restantes elementos da Direcção. Desta Forma, passados vinte dias, foi realizada nova Assembleia, a qual ditou a eleição de Alfredo Ávila Melo como presidente.
Cosme Damião deixou então de estar no centro de decisão do clube, contudo manteve-se para o resto da sua vida ligado a este. Anos mais tarde veio ainda a exercer o cargo de presidente da Assembleia Geral entre 1931 e 1935.
Apesar de se ter afastado em rotura com outros elementos da Direcção do Benfica, é unânime dizer que Cosme Damião foi a figura mais importante do nascimento e desenvolvimento do Benfica.
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