ÉPOCA DE 1970/71
PLANTEL
TREINADOR
Jimmy Hagan
Como jogador, Jimmy Hagan
contabilizou apenas uma internacionalização
pela Selecção inglesa, não lhe fazendo justiça, já que foi
considerado um dos mais talentosos
jogadores ingleses da sua época. A sua carreira como futebolista foi interrompida pela 2ª
Guerra Mundial, mas permaneceu como uma
lenda para o fans do Sheffield United, clube que serviu durante cerca de 20 anos.
Começou a sua carreira de
treinador no Peterborough United, onde
esteve entre 1958 e 1962. Seguiu-se o West
Bromwich Albion em 1963, onde conquistou a Taça da Liga Inglesa em 1966.
Jimmy Hagan chegou ao Benfica em 1970. De 1970 a
1973 liderou a equipa a três vitórias
consecutivas no Campeonato e a uma Taça de Portugal, um recorde que nenhum outro treinador desde
então conseguiu repetir ao serviço do
Benfica. Neste período, enquanto treinador do Benfica, também chamou a atenção da Europa, quando a equipa
chegou às meias-finais da Taças dos
Campeões Europeus, sendo apenas afastado pelo lendário Ajax daquela era.
Com sorriso fechado e ar
sisudo, Hagan celebrizou-se também pela
expressão “no comments”, que, afinal, definia todo o seu carácter frio e distante. Tinha ainda o
hábito de treinar nos dias dos jogos e
sempre “a doer”, com subidas e descidas constantes das bancadas do estádio, em passo de corrida.
Em 1972/1973, com Jimmy
Hagan, o Benfica tornou-se o único
clube português a terminar o campeonato sem
derrotas, contabilizando 28 vitórias – 23 consecutivas – em 30 jogos, empatando dois. Nesse mesmo ano, Eusébio foi
o melhor marcador europeu com 40 golos,
naquela que foi a sua penúltima época como jogador do Benfica. A equipa marcou 101 golos,
ultrapassando a marca dos 100 apenas
pela segunda vez na sua história.
Jimmy Hagan saiu do Benfica, em Setembro de 1973. Na festa de despedida
de Eusébio, colocou toda a gente a
correr à volta do campo e, às tantas, Humberto Coelho, Toni e Nélinho atrasaram-se dos restantes elementos
e encurtaram distância, fazendo
corta-mato. O colérico Hagan ameaçou multá-los com mil escudos e obrigá-los a treinar à tarde, deles
prescindindo para o jogo da noite entre
o Benfica e o Resto da Europa. Depois de meditar, perdoou a multa e o treino da tarde, mas manteve o castigo
para a noite. O presidente Borges
Coutinho tomou então o partido dos jogadores e ordenou que se fossem equipar, algo que Hagan não admitiu.
Bateu com a porta do balneário. No dia
seguinte, Hagan apresentou a sua carta de demissão. Um adeus abrupto para um homem de repentes e com
um tri no bolso.
Desde os tempos em que treinou o Benfica, Jimmy
Hagan manteve uma relação de grande
amizade com Eusébio, que o descreveu como “forte disciplinador”. “Todos os jogadores pensaram que os seu
treinos eram bastante penalizadores e fisicamente
extenuantes, após a primeira semana de
treinos. Mas passado pouco tempo, a equipa começou a vencer jogos e todos concluíram que tinha valido a pena.
Ele deu-nos uma força extra e a ele se
deve o facto Benfica ter vencido três campeonatos consecutivos”.
Jimmy Hagan fez o primeiro jogo como treinador do
Benfica a 13 de Setembro de 1970, numa
vitória sobre a CUF (1-0), na Jamor, tendo disputado o último jogo, a 23 de Setembro de 1973, numa
vitória frente ao Belenenses (2-1), em
Lisboa.
MELHOR MARCADOR
ARTUR JORGE - 37 GOLOS
RESULTADOS
CRÓNICA DA ÉPOCA
No primeiro Campeonato da
nova década, o Sport Lisboa e Benfica voltou a chamar a si a coroa de campeão
nacional, batendo novamente o Sporting, que mais uma vez desde os anos
cinquenta que não conseguia defender o título conquistado.
Impressionante foi a
carreira do Sporting que liderou da 2.ª até cinco jornadas do final, quando uma
derrota no Bessa abriu caminho para a liderança benfiquista.
Com a dupla Eusébio e Artur
Jorge em grande forma, com uma equipa que era a base da Seleção Nacional, o
Benfica segurou com brilho a liderança e conquistou o título que durante grande
parte da época fora apenas uma miragem.
Lá atrás, uma luta intensa,
com apenas quatro pontos a separem o último (Varzim) do sexto classificado
(Belenenses), nove equipas separadas por quatro pontos, bem distantes do
quinteto da frente, que assim mostrava fazer parte de um campeonato à parte.
PRESIDENTE
DR. BORGES COUTINHO
TROFÉU RAMON CARRANZA
Foi no Estádio Ramón de
Carranza, em Cádis, Espanha, no dia 29 de Agosto de 1971 que o Benfica venceu
3 a 0 o Peñarol.
Obra-prima!
É, na opinião de muitos, o
troféu mais belo do mundo. Depois de já o ter trazido para Lisboa em 1963, o
Benfica repetiria o feito em 1971.
Rezam as crónicas que não
cabia um alfinete no recinto cordovês. Do Uruguai, vinha o histórico e poderoso
Peñarol. Inspiradíssimo, o endiabrado “Pantera Negra” assinalou a ouro, com um
hat-trick, a conquista do torneio.
VIDEOS
PALMEIRAS 1 - BENFICA 1
JAPÃO 0 - BENFICA 3
SPORTING 4 - BENFICA 1 (Final T. Portugal)
SPORTING 4 - BENFICA 1 (Final T. Portugal)
BENFICA 1 SPORTING 3 (PARIS)
TAÇA EMIGRANTE
TAÇA EMIGRANTE
SPORTING 1 - BENFICA 1
BENFICA 5 - SPORTING 1
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