GRANDES NOMES
SILVINO
Silvino de Almeida Louro.
Setúbal. 5 de Março de 1959. Guarda-redes.
Épocas no Benfica: 8
(86/94). Jogos: 259. Títulos: 4 (Campeonato Nacional), 2 (Taça de Portugal) e 1
(Supertaça).
Outros clubes: V. Setúbal,
V. Guimarães, FC Porto e Salgueiros. Internacionalizações: 23.
Quando o patriarca Manuel
Galrinho Bento se lesionou no Mundial do México, em 1986, o pânico quase se
instalou nas hostes encarnadas. Desde José Bastos, passando por Costa Pereira e
José Henrique, até ao mais internacional guarda-redes benfiquista de sempre, a
baliza do Glorioso jamais tinha constituído motivo de apreensão. Exigente
tarefa aguardava Silvino, contratado no início da época de 86/87, vindo de
Guimarães, depois de ter entrado no pátio da fama pelas paragens da sua Setúbal
natal.
Por apodo, Mãozinhas ficou.
Doce e diminutiva alcunha essa. Mãozorras ficar-lhe-ia melhor. Ele que era
mão-tenente, mão-posta, antítese de mãos-largas. Ou até mão-de-judas, apagador
último dos vestígios ofensivos dos adversários. A mãos ambas, entregou-se à
empreitada. Em primeira mão, passou incólume, com mãos de ferro, com mãos de
mestre. Sem nunca meter os pés pelas mãos, sem nunca ficar fora de mão, mão de
rédea exerceu, a mão ao sucesso deu.
Nas quatro primeiras épocas,
a concorrência perdeu veleidades. Silvino era o dono das redes. Venceu dois
Campeonatos, uma Taça, uma Supertaça ainda. Por duas vezes, participou na final
dos Campeões Europeus. À primeira oportunidade, manteve a baliza inviolada
durante 120 minutos, mas já não foi capaz de suster seis pontapés da marca de
grande penalidade, desferidos por jogadores do PSV. Na segunda, dois anos
depois (89/90), o holandês Rijkaard conseguiu desfeiteá-lo, dando o titulo ao
Milan. Mesmo assim, teve uma atitude globalmente positiva e os pecados
benfiquistas, se os houve, não podem ser assacados à retaguarda.
No segundo ciclo da sua
estada na Luz, as coisas não correram já tanto de feição. Laureado foi em mais
dois Campeonatos e uma Taça, mas ficou muitos encontros na sombra do ágil Neno,
seu principal candidato ao lugar. Só na temporada de 92/93 se aproximou das
melhores anotações do passado recente. No termo de 94, na condição de campeão
nacional, despediu-se no Bessa por entre lágrimas devido ao já conhecido
abandono de Toni e os aplausos pela revalidação do titulo. Apenas esse jogo
fez, durante a temporada, jogo merecido, jogo de consagração. Era à época o
quarto guarda-redes mais internacional do futebol autóctone, depois de Vítor
Baia, Bento e Vítor Damas.
No Benfica, Silvino
revelou-se aposta ganha. Na linha dos melhores intérpretes da função no longo
historial do clube, irradiou simpatia, conquistou adeptos, cimentou prestigio,
na arte de bem defender a baliza.
Sem comentários:
Enviar um comentário