GRANDES NOMES
JULINHO
O Portuense Júlio Correia da
Silva começou a carreira no Boavista antes de mudar para o Académico do Porto.
Em 1943 abandonou a sua cidade natal para ir vestir a camisola do Sport Lisboa
e Benfica, a troco de 25 contos para o Académico e dez de “luvas” para o
próprio Julinho.
Iniciaram-se então onze anos
de águia ao peito, com muitos golos e vitórias, três Campeonatos Nacionais,
duas Taças de Portugal e uma Taça Latina.
Julinho, como era conhecido
pelos adeptos, marcou 202 golos em 200 jogos pelo Benfica, uma marca
impressionante, mesmo tendo em conta a época em que tais números foram
atingidos; tendo ainda vencido o prémio de melhor marcador por duas vezes:
1942/43 e 1949/50.
Num tempo em que não havia
substituições, e muitos poucos encontros internacionais eram disputados, pois a
II Guerra Mundial parou o futebol na Europa entre 1939 e 1945, Julinho vestiu
apenas por uma vez a camisola das quinas, acabando por viver à sombra desse
monstro sagrado do futebol que era Fernando Peyroteo, autor de 529 golos em 327
jogos com a camisola do rival Sporting.
Dois dias para a história
Seria muito por causa de
dois jogos que Julinho ficaria na história do futebol português: o primeiro foi
no dia 7 de Fevereiro de 1943 quando o Benfica recebeu e venceu o FC Porto por
12-2 na maior vitória de sempre sobre os rivais nortenhos; Julinho não foi nada
meigo para os seus conterrâneos e apontou cinco dos doze golos com que os
encarnados cilindraram os portuenses.
O segundo jogo marcante da
carreira de Julinho foi disputado no Estádio Nacional em Lisboa no dia 18 de
Junho de 1950. Após um empate a 3-3 no primeiro jogo, Benfica e Bordéus tiveram
que disputar um jogo de desempate para se encontrar o vencedor da Taça Latina.
Os franceses estiveram em vantagem desde os 8 minutos até que Arsénio empatou o
jogo aos 90 minutos.
Julinho fez aos 146 minutos
o golo que deu a Taça Latina ao Benfica. Jogaram-se então não um, mais dois
desesperantes prolongamentos de 30 minutos, e quando os jogadores de ambas as
equipas literalmente se arrastavam pelo campo, Julinho fez aos 146 minutos o
golo que deu a Taça Latina ao Benfica, e a primeira grande vitória da história
ao futebol português.
Três anos depois, o herói da
Taça Latina despediu-se do Sport Lisboa e Benfica e do futebol, defrontando o
Belenenses, que curiosamente tinha sido o primeiro adversário que tinha
encontrado quando se estreou com a camisola das papoilas saltitantes.
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