GRANDES NOMES
JORGE GOMES
Entre 1978 e 1980 o Benfica
fica três anos sem vencer o campeonato. Em 1977/78, apesar de fazer novo percurso invicto, perde o
título para o FC Porto por diferença de golos; em 1978/79 fica a um ponto da
liderança e em 1979/80 termina na terceira posição. Tal sequência de maus
resultados terá contribuído para a decisão dos sócios na assembleia geral de 1
de Julho de 1979, de permitir que o Benfica passasse a poder contratar
jogadores estrangeiros. O primeiro foi o brasileiro Jorge Gomes.
Jorge Gomes marcou 12 golos
em 59 jogos pelo Benfica. Representou a formação encarnada ao longo de três
épocas, entre 1979 e 1982. Tudo isto é verdade. Mas o brasileiro preserva,
sobretudo, o privilégio de ter sido o primeiro estrangeiro a vestir a camisola
do clube da Luz.
O avançado passou por
Boavista, Benfica e Sp. Braga, fixando-se na cidade minhota após o final da
carreira. Olhando para trás, no dia em que festeja o 30º aniversário da sua
estreia ao serviço dos encarnados, Jorge Gomes recorda o namoro com o Sporting
e um um encontro inesperado no aeroporto de Lisboa.
«Lembro-me que o João Rocha,
presidente do Sporting, já tinha tudo acertado com Valentim Loureiro. Tinhamos
combinado um encontro, no Aeroporto de Lisboa, para assinar contrato, antes de
eu viajar para o Brasil. De repente, em vez do João Rocha, apareceu lá o
director-desportivo do Benfica, Romão Martins. Nunca percebi o que aconteceu».
Jorge Gomes seria, de
qualquer forma, assediado pelo Sporting nas semanas seguintes. «Fui para o
Brasil, já com contrato assinado com o Benfica. É verdade que tive algumas
declarações polémicas, nessa altura, mas apenas porque faltavam uns acertos com
Valentim Loureiro. E o Sporting também falou comigo, mas eu já tinha assinado
pelo Benfica», confirma.
«Tinha sido indicado por
Mortimore»
«Eu tinha sido indicado por
John Mortimore, mas entretanto ele saiu para entrar o Mário Wilson. De qualquer
forma, foi uma grande honra para mim, ser o primeiro depois de uma tradição de
cerca de 75 anos, salvo erro. Tenho muito orgulho nisso», garante o antigo
avançado.
O brasileiro garante que
nunca sentiu qualquer tipo de tratamento diferenciado no Estádio da Luz: «Nunca
me senti tratado de forma diferente no Benfica. Fiz o meu melhor, mas tive
algumas lesões e já sabia que não ia entrar de carro no onze. Sei que podia ter
feito mais, mas era um jogador de área, sem sempre a escolha recaía em mim.
Mário Wilson deu-me oportunidades, mas havia Nené, Reinaldo, depois César, o
segundo brasileiro.»
«Lembro-me que, entretanto,
também chegou o Paulo Campos, brasileiro que vinha do Portimomento. Entretanto
vieram muitos nórdicos, por causa do Eriksson. Acho que foi um passo natural
para o Benfica, uma aposta certa», remata Jorge Gomes.
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