Superior Central

sábado, 2 de julho de 2016

ÉPOCA DE 1987/88

PLANTEL

Silvino, Álvaro, Mozer, Chiquinho Carlos, Dito, Wando, Magnusson, Rui Águas, Pacheco, Shéu, Diamantino, Veloso, Elzo, Carlos Pereira, Nunes, Tueba, Edmundo, Chalana, Tó Portela, Augusto, Carlos Manuel, Samuel, Hajry, Fonseca, Padinha, Dimas, Mariano, Bento, Marlos, Paulo Guilherme

TREINADOR

EBBE SKOVDAHL

Ebbe Skovdahl e as memórias do Benfica: «É um clube enorme»

Ebbe Skovdahl. Reconhece o nome? O dinamarquês encerrou a carreira de treinador em 2005, mas não esquece uma passagem pouco feliz pelo Benfica. «Foram cerca de seis meses», recorda. A chicotada surgiu a meio da época 1987/88 e o clube encarnado viria a chegar à final da Taça dos Campeões Europeus, sob o comando de Toni, perdendo nas grandes penalidades com o PSV Eindhoven.

Ebbe Skovdahl goza a reforma desportiva em Greve, na Dinamarca, e faz um balanço muito positivo da sua carreira. Afinal, é recordado com carinho pelos adeptos do Brondby e Aberdeen. De Portugal, em todo o caso, nem uma memória negativa.

«Foi um bom período da minha carreira, muito bom para a minha vida e não sai a mal do Benfica. Foram cerca de seis meses e, pelo que me lembro, estávamos em segundo lugar do campeonato e nos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. Aliás, nesse ano o Benfica chegou à final, mas perdeu para o PSV», começa por recordar.

«Adorei estar em Portugal»

Ebbe Skovdahl chegara ao Benfica com uma pressão elevada. Vinha da Escandinávia e era naturalmente encarado como o novo Sven-Goran Eriksson. «Sim, notava-se que havia essa pressão, mas nunca interferiu com o meu trabalho. A pressão de treinar um grande clube é sempre a mesma. Simplesmente, as coisas não correram bem», atira.

O treinador dinamarquês recolheu, ainda assim, aplausos da crítica devido à contratação de Mats Magnusson. Skovdahl deixa elogios a Portugal e aos portugueses: «Na altura, estive a morar no Estoril. Zona muito linda. Adorei estar em Portugal, pela hospitalidade das pessoas, pela beleza do país. Costumo ir de férias para o Algarve, com a minha mulher», atira.

À distância, pela televisão ou através da internet, o dinamarquês continua a acompanhar a trajectória de um clube que entrou no seu coração. «Tenho visto alguns jogos europeus e a classificação em Portugal. Sei que fazem jogos muito bons e depois outros maus, mas estão em primeiro lugar e espero que sejam campeões. É um clube enorme. Desde que passei por aí, tornei-me adepto do Benfica», remata Skovdahl.

MELHOR MARCADOR

RUI ÁGUAS - 18 GOLOS

RESULTADOS

CRÓNICA DA ÉPOCA

Acabar com 15 pontos de avanço sobre o segundo (Benfica), 18 sobre o terceiro (Belenenses), 19 sobre o quarto (Sporting); perder só um jogo, sofrer apenas 15 golos, ser melhor ataque e defesa, são argumentos mais do que convincentes, que demonstram que o F.C. Porto da época 87/88 foi uma das melhores equipas da história do futebol português.

Além de um campeonato perfeito, os comandados de Tomislav Ivic venceram tudo o que havia para vencer nessa temporada: Taça de Portugal, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental.

O campeonato de 87/88 foi o mais longo de sempre até então, sendo disputadas 38 jornadas que culminaram na consagração dos dragões a 6 de Junho. Pelo caminho apenas uma derrota, em Alvalade (2-1) , enquanto os rivais lisboetas decepcionavam.

Mesmo tendo em Paulinho Cascavel o melhor marcador da competição, os leões terminaram em quarto atrás de um surpreendente Belenenses, enquanto o Benfica, uma vez perdido o campeonato, acabou por concentrar-se na sua carreira europeia que culminaria na derrota em Estugarda.

Enquanto o Espinho (sexto), Chaves (sétimo) e Penafiel (décimo) surpreendiam; o despropositado alargamento para vinte clubes obrigou à descida de seis clubes: Académica, Rio Ave, Salgueiros, Varzim, Elvas e Covilhã, tendo os alentejanos e serranos participado pela última vez no principal campeonato nacional durante o Século XX.