GRANDES NOMES
NÉNÉ
O avançado que nunca sujava
os calções. À primeira vista, uma frase destas teria uma carga negativa, mas
aplicada a Nené isso era, sem dúvida, um elogio. Porque Nené era mesmo assim:
um jogador fino, elegante, a inteligência posta em prática, aquele que para
marcar um golo não precisava de entrar em contacto com os adversários.
É verdade que Nené não era
um jogador particularmente possante, muitos acusavam-no de evitar o choque, mas
a imagem de que seria pouco lutador é facilmente desfeita se olharmos para o
seu currículo. Durante 11 anos, foi o futebolista português com mais
internacionalizações pela selecção A: 66. Um recorde que só foi batido em 1994
por João Pinto, lateral-direito do F.C. Porto.
Natural de Leça da Palmeira,
cedo foi para a Beira (Moçambique). Aí Nené deu os primeiros toques no
Ferroviário de Namanga. Aos 15 anos, fazia parte da equipa de juniores daquele
clube moçambicano e já nessa altura se destacava pela sua velocidade. A
qualidade do miúdo não passou despercebida aos responsáveis do Benfica, então
muito atentos aos diamantes que despontavam das colónias. O acordo foi feito e
Tamagnini Nené partiu, aos 17 anos, para a metrópole. Destino: o Estádio da
Luz. Como era menor e não tinha família em Lisboa, ficou no Lar do Benfica.
«Aquele» golo frente à
Roménia...
Dois anos depois, corria a
época de 1969/70, Nené estreou-se na equipa principal do Benfica, pela mão de
Otto Glória. Mas foi com Jimmy Hagan que Nené se afirmou como primeira figura
no Benfica. Num jogo frente ao Vitória de Setúbal, o técnico inglês apostou no
jovem talento que tinha no banco para dar a volta a um resultado que estava a
ser adverso para os encarnados. Nené brilhou, ajudando o Benfica a virar o
marcador de 0-1 para 2-1.
A sua velocidade e a forma
inteligente como aproveitava os espaços não mais passaram incólumes. Um novo
trunfo morava na Luz. Daí até ser uma importante peça da selecção nacional foi
um pequeno salto, primeiro como extremo-direito, depois como ponta-de-lança. A
estreia ocorreu em 21 de Abril de 1971, na Luz, numa vitória de Portugal sobre
a Escócia, por 2-0. O último jogo ao serviço da equipa das quinas foi nas
meias-finais da Euro-84, em França, precisamente com a selecção gaulesa.
Portugal perdeu por 2-3, após prolongamento.
E o ponto alto da sua
carreira foi, sem dúvida, a presença na fase final do Campeonato da Europa de
França, em 1984. O brilharete de Portugal foi fruto de uma equipa de luxo e um
dos vários trunfos da era Nené. Fundamental o golo que marcou frente à Roménia,
a nove minutos do final do encontro. Portugal precisava de ganhar para passar
às meias-finais. Nené saltou do banco e, instantes depois, marcou um golo de
belo efeito. Uma despedida em grande da seleção, logo depois da prestação em
França e um ano depois de o recém-chegado técnico Sven Goran Eriksson ter
revolucionado os conceitos do futebol português.
Jogaria futebol mais dois
anos, sempre no Benfica. Após arrumar as botas, assumiu as funções de
coordenador do futebol juvenil do Benfica.
Nome: Manuel Tamagnini Gomes
Baptista (Nené)
Data de nascimento:
20/11/1949
Posição: Avançado
Internacionalizações: 66
Golos pela seleção: 22
Período de atividade: 1968 a
1986
Clubes que representou:
Ferroviário de Namanga (Moçambique) e Benfica
Principais títulos
conquistados: Dez vezes campeão nacional pelo Benfica (68/69, 70/71, 71/72,
72/73, 74/75, 75/76, 76/77, 80/81, 82/83 e 83/84); quatro Taças de Portugal
(71/72, 79/80, 80/81 e 82/83); duas supertaças (79/80 e 84/85); melhor marcador
do campeonato em 1980/81
VIDEO
NÉNÉ O "ninja"
Vitórias e Património 1
Vitórias e Património 1
Vitórias e Património 2
Vitórias e Património 3
Sem comentários:
Enviar um comentário