sábado, 2 de julho de 2016

GRANDES NOMES

HELDER


Quando partiu, em 1997, para o Desportivo da Corunha, Hélder estaria longe de admitir que durante a sua prolongada ausência (cinco anos) e um possível retorno à casa-mãe (dois anos), o Benfica, logo o mais ganhador dos clubes de toda a existência do futebol em Portugal, apenas mais um troféu adicionasse à sua galeria. E mesmo esse, a Taça de 2003/2004, com o contributo do jogador de origem angolana, suplente não utilizado no Jamor, mas interprete da caminhada de sucesso em vários dos embates antecedentes.





Ao Benfica chegou no defeso da temporada 92/93, proveniente do Estoril, clube que o conduziu à primeira internacionalização. Tinha apenas 21 anos, e esquentava de ambição, nada susceptível foi de se inferiorizar com as presenças de Mozer, William, Samuel e Paulo Madeira no conjunto, esse ano liderado pelo croata Tomislav Ivic (nas oito primeiras jornadas) e por Toni. Dois pontos apenas ditaram que o Campeonato escapasse para o FC Porto, mas Hélder acabaria por ser o atleta mais utilizado e ajudou mesmo a pintar de vermelho a Taça de Portugal.



Um ano volvido, novo registo vitorioso. O Nacional de 93/94 adoptou também a cor rubra, de novo com Hélder entre os que actuaram com mais regularidade. Por esse altura, ameaçava no mínimo a candidatura a melhor central português, condição que foi mantendo, pese a sombra do então portista Fernando Couto. Sucediam-se as convocatórias (35 no total) para a turma das quinas do defesa-goleador que, naquele épico Sporting-Benfica (3-6), ilustrou a sua clarividência ofensiva com um fulminante tiro certeiro. Era um defesa de todo-o-terreno. Possante e corajoso. De técnica refinada, capaz de envergonhar companheiros ou adversários, supostamente mais criativos, que actuavam nos terrenos intermediários. Competente no jogo aéreo, divertia-se nas incursões, tantas vezes bem sucedidas, pela área oposta.



Em Espanha e na Inglaterra, mesmo flagelado por impedimentos físicos, não deixou de provar toda a sua galhardia. Natural, portanto, o regresso ao Benfica, durante dois anos, o último dos quais no prestigiante estatuto de capitão. O espanhol José António Camacho confiou-lhe a liderança da cortina defensiva. Não renovou o contrato no termo da época 2003/2004, por desinteresse dos responsáveis encarnados, mas foi acolhido pelo Paris S. Germain. Pode Hélder orgulhar-se de ter chegado ao Centenário como o mais laureado dos jogadores do Benfica em actividade.


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