GRANDES NOMES
HELDER
Quando partiu, em 1997, para
o Desportivo da Corunha, Hélder estaria longe de admitir que durante a sua
prolongada ausência (cinco anos) e um possível retorno à casa-mãe (dois anos),
o Benfica, logo o mais ganhador dos clubes de toda a existência do futebol em
Portugal, apenas mais um troféu adicionasse à sua galeria. E mesmo esse, a Taça
de 2003/2004, com o contributo do jogador de origem angolana, suplente não
utilizado no Jamor, mas interprete da caminhada de sucesso em vários dos
embates antecedentes.
Ao Benfica chegou no defeso
da temporada 92/93, proveniente do Estoril, clube que o conduziu à primeira
internacionalização. Tinha apenas 21 anos, e esquentava de ambição, nada
susceptível foi de se inferiorizar com as presenças de Mozer, William, Samuel e
Paulo Madeira no conjunto, esse ano liderado pelo croata Tomislav Ivic (nas
oito primeiras jornadas) e por Toni. Dois pontos apenas ditaram que o
Campeonato escapasse para o FC Porto, mas Hélder acabaria por ser o atleta mais
utilizado e ajudou mesmo a pintar de vermelho a Taça de Portugal.
Um ano volvido, novo registo
vitorioso. O Nacional de 93/94 adoptou também a cor rubra, de novo com Hélder
entre os que actuaram com mais regularidade. Por esse altura, ameaçava no
mínimo a candidatura a melhor central português, condição que foi mantendo,
pese a sombra do então portista Fernando Couto. Sucediam-se as convocatórias
(35 no total) para a turma das quinas do defesa-goleador que, naquele épico
Sporting-Benfica (3-6), ilustrou a sua clarividência ofensiva com um fulminante
tiro certeiro. Era um defesa de todo-o-terreno. Possante e corajoso. De técnica
refinada, capaz de envergonhar companheiros ou adversários, supostamente mais
criativos, que actuavam nos terrenos intermediários. Competente no jogo aéreo,
divertia-se nas incursões, tantas vezes bem sucedidas, pela área oposta.
Em Espanha e na Inglaterra,
mesmo flagelado por impedimentos físicos, não deixou de provar toda a sua
galhardia. Natural, portanto, o regresso ao Benfica, durante dois anos, o
último dos quais no prestigiante estatuto de capitão. O espanhol José António
Camacho confiou-lhe a liderança da cortina defensiva. Não renovou o contrato no
termo da época 2003/2004, por desinteresse dos responsáveis encarnados, mas foi
acolhido pelo Paris S. Germain. Pode Hélder orgulhar-se de ter chegado ao
Centenário como o mais laureado dos jogadores do Benfica em actividade.
Sem comentários:
Enviar um comentário