GRANDES NOMES
ALBERTO
Nome completo - Alberto Gomes Fonseca Júnior
Data de nascimento - 1956-09-22
Periodo no Benfica - 1976 - 1980
Quando o
ex-júnior Alberto começou a ser utilizado pelo inglês John Mortimore, os
benfiquistas ficaram apoderados de um sentimento dubitativo. Com 19 anos
acabados de fazer, o defesa lateral, de origem guineense, aparecia no
território de Artur, Bastos Lopes, Barros e Pietra, todos internacionais e
personagens respeitados no tabuleiro da Luz. Coração e pulmão garantiram-lhe um
lugar ao sol, cedo se transformando num dos ai-jesus da catedral vermelha.
Naquela segunda metade de 1977, confinou-se a um jogo da
Taça de Portugal, em casa, ante o Riopele (3-0), compondo a retaguarda ao lado
de Artur, Alhinho e Barros. Já no inicio do novo ano, numa tarde pardacenta de
Inverno, estreou-se nas Antas, com a vitória (1-0), sobre o FC Porto, valendo o
golo solitário de Chalana, no primeiro jogo para o campeonato. Em crescendo de
produção, titularidade garantida, dele ficou importante préstimo na revalidação
do titulo nacional (77/78).
Alberto era um puro sangue, uma força da natureza. “Pode
jogar, mantendo os mesmos padrões exibicionais, dia sim, dia não; ou até dia
sim, dia sim”, garantiu, por essa altura, o então seleccionador nacional, Mário
Wilson, no alto da sua cátedra. Impetuoso, sólido a defender, perspicaz a
atacar, o jovem africano fazia as delicias dos mais exigentes adeptos e
provocava a ira nos mais sectários apoiantes de outros símbolos.
Cedo chegou à equipa nacional. Na trajectória, entretanto
frustrada, para o Europeu de 80, marcou mesmo dois golos consecutivos. Na
Áustria e em Lisboa, frente à Escócia. Atingiu 9 internacionalizações, numa
altura em que se afirmava como melhor lateral-esquerdo da bola indígena. Ainda
no Benfica, esteve na espantosa série de 56 jogos sem perder para o campeonato,
registo apenas superado pelo Celtic (62), Saint-Gilloise (60) e Milan (58), na mais que secular
história do futebol europeu. Duro, reagiu com sorrisos desportivos a sucessivas
catilinárias, sobretudo depois de ter partido uma perna ao já sportinguista Rui
Jordão, num lance marcado pelo infortúnio.
De resto, vitima maior ele seria. A 7 de Junho de 1980,
abandonou a final do Jamor, que o Benfica arrebataria ao FC Porto, com golo do
brasileiro César. Perónio partido ao décimo minuto de jogo, na discussão de um
lance com Frasco, cedeu o lugar a Frederico. Pior, muito pior, mergulhou num
suplicio. Durante anos, já sem vinculo ao clube, tentou desesperadamente voltar
à normalidade. Jogaria ainda no Belenenses, mas longe do fulgor que o havia
caracterizado.
Atleta cool no consulado britânico de Mortimore, mais
tarde no de Mário Wilson, para trás ficavam 4 temporadas, 123 jogos, um triunfo
no Campeonato e outro na Taça de Portugal. Com 24 anos apenas, o Benfica
perdeu, de forma imprevista, aquele que se arriscava a ser o melhor dos
laterais-esquerdos, pelo menos até ao jubileu do Centenário.
Épocas no Benfica: 6 (76/81)
Jogos: 123
Golos: 1
Titulos:
1 CN e 1 TP
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