GRANDES NOMES
ADOLFO
Adolfo António da Cruz
Calisto. Barreiro. 1 de Janeiro de 1944. Defesa
Épocas no Benfica: 9
(66/75). Jogos: 205. Golos: 5. Titulos: 6 (CN) e 3 (TP)
Outros Clubes: Barreirense,
Portimonense e Seixal.
Internacionalizações: 15.
Pôs o pé no patamar da
glória. Wembley foi a janela escolhida. Adolfo, em meteórico ascenso, parecia
uma ilha, só que rodeada de craques por todo o lado. Até se mostrou
desembruxado. Pior foi aquele prolongamento, mais George Best, aqui-d'el-rei, o
Benfica perdeu a Taça dos Campeões, com o Manchester United, no Maio de 68, que
era de festa no outro lado da Mancha.
Mais um produto do vivaz do
campo de recrutamento do Barreiro. Luta e futebol, o binómio decisivo. Por isso
deu Félix, deu Moreira, deu José Augusto, deu Mário João. Daria Chalana. Como
deu Adolfo já no Benfica, para a primeira de 9 temporadas.
Dianteiro nas camadas
juvenis, começou a ganhar expressão no posto de lateral direito, apenas se
fixando no flanco contrário, depois de Cruz ter renunciado. Adolfo entrou a
vencer, ele que havia jogado apenas no Barreirense e no Seixal. Na mega equipa
de Eusébio, Coluna, José Augusto, Torres e Simões foi uma limpeza. Uma colecção
farta de honrarias. Seis campeonatos e três taças de Portugal haveria Adolfo de
fazer constar no cardápios da bola.
Era um lateral do jogo
moderno. Versátil, subia no corredor sem constrangimentos tácticos. Com ele,
como que vingou un novo fundamento no exercicio da função. A linha divisória da
intermediária já não estabelecia a diferença que vai da acção defensiva para a
exploração atacante. Foi assim com Adolfo. Um revolucionário.
Na selecção nacional
defendeu as cores por 15 vezes. Numa altura em que o vermelho pátrio esmagava o
verde e quase fazia inexistir outras tonalidades, Adolfo encontrou na Minicopa,
em 1972, no Brasil, o espaço de maior notoriedade. Deixou cartel, como cartel
deixaria na campanha europeia que culminou nas meias finais da Taça dos Campeões,
com o Ajax, na época a única esquadra suceptivel de barrar a excelência do
futebol benfiquista. Eram os tempos de José Henrique e Fonseca; de Artur, Malta
da Silva, Humberto Coelho, Rui Rodrigues, Messias, Zeca e Adolfo; Vitor
Martins, Jaime Graça, Toni e Simões; de Nené, Eusébio, Artur Jorge, Vitor
Baptista, Jordão e Diamantino. Mais, bem mais, que uma selecção Nacional. Como
diria o eterno Pinhão, aí que saudades, aí, aí!
Adolfo jogou pela derradeira
vez no clube a poucas horas de cair o pano daquele histórico 1974. Deixou
quinhão, deixou mérito, deixou responsabilidade, numa das melhores gestações de
sempre. E assim justificou o Benfica.
29/6/1972 - PORTUGAL 3 ARGENTINA 1
BRASIL INDEPENDENCE CUP
Sem comentários:
Enviar um comentário