GRANDES NOMES
ÁLVARO
Não deixa de ser intrigante
ler o nome do Cracks de Lamego na lista de títulos nacionais de futebol
juvenil. Era lá que jogava, ainda menino, o raçudo Álvaro. Está talvez
explicado. Como explicado está o sucesso que teve na Académica, já sénior, ao
ponto de suscitar a cobiça dos mais prestigiados emblemas desportivos da nossa
praça. Ganhou o Benfica a corrida. E ganhou também um jogador modelar. Sério e
combativo. Que não era nenhum prodígio. Sabia-o bem. Como sabia até onde
poderia ir. Optimizou os seus recursos. Marcou território. E fez história.
Começou a vestir a farda
vermelha na época 81/82. Veloso e Pietra tinham, nessa altura, o grosso das
despesas defensivas nas laterais. Tarefa assaz difícil, a de Álvaro, perante
dois companheiros tão experimentados. Nos dois primeiros anos, jogou de forma
algo descontinua, mas raramente deixava de integrar as convocatórias. Sempre
paciente e abnegado.
Em 83/84, protagonizou a sua
mais sensacional temporada. Foi o único totalista da equipa nos jogos do
Nacional, que o Benfica ganhou de forma categórica. A asa canhota, com Álvaro e
Chalana, aos adversários não dava nunca sinais de misericórdia. Era um Benfica
à esquerda, um pouco coxo até, tão grande era o pesos dos dois jogadores no
edifício táctico. Assim foi também na Selecção Nacional, no Europeu de França,
desse mesmo ano. À boleia de Chalana, mas com muito mérito pessoal, Álvaro
colheu a preferência de muitos jornalistas internacionais que o reputaram como
sendo o melhor lateral-esquerdo do Velho Continente.
Manteve-se no auge até ao
final de 1988. De permeio, jogou o Mundial do México, no flanco dextro da
cortina defensiva, relegando o portista João Pinto para o banco de suplentes.
No Benfica foi campeão nacional quatro vezes, conquistou outras tantas Taças de
Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.
Anos mais tarde, como
treinador adjunto, marcou a retoma alvi-rubra, com a Taça (2003/2004, ao lado
de Camacho) e o Nacional (2004/2005, junto a Trapattoni).
Para além da final da Taça
UEFA, disputou o embate decisivo dos Campeões, em 1988, frente ao PSV, mas já
não marcaria presença, dois anos depois, na discussão do título europeu com o
Milan. Foi quando Eriksson optou pelo defesa central Samuel, colocando-o à
canhota, com Álvaro, Fernando Mendes e Fonseca, todos defesas esquerdos, no
plantel. “Não ter jogado essa partida foi um dos momentos mais tristes da minha
carreira”, reconhece.
Despediu-se no termo da
época 89/90, com o Belenenses, no Estádio da Luz. Dele ficaram vestígios, mais
de uma década depois reforçados, do seu amor à camisola.
Épocas no Benfica: 9 (81/90)
Jogos: 263
Golos: 9
Títulos: 4 CN, 4 TP e 1 ST
Regressou ao Benfica como
treinador-adjunto.
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