ÉPOCA DE 1959/60
PLANTEL
Cavem, Artur, Alfredo, Coluna, José Águas, Costa Pereira, Serra, Neto, Mendes, Ângelo, Chino, Palmeiro, Salvador, Hilário, Zézinho, Bastos, Santana, Palmeiro Antunes, Ferreira, Vieira Dias, Mascarenhas, Mário João, Caiado, Humberto Fernandes
TREINADOR
BELLA GUTTMANN
Treinador do Honvéd,
enfrentou Puskás pela substituição de um jogador, tendo nos balneários
anunciado a sua renúncia. O seu estilo ofensivo reinou nas duas décadas de 1950
e 1960, em vários países, clubes e em dois continentes. Depois da sua saída da
Hungria, torna o Enschede holandês (agora FC Twente) campeão. Assim que chega,
leva o AC Milan à vitória no campeonato em 1954-55. No ano seguinte, vai para o
futebol uruguaio, e é campeão com o Peñarol. Em 1957, faz outra mudança, desta
vez no Brasil, com o São Paulo Futebol Clube. Lá, Béla Guttmann põe uma
condição: contratar Zizinho, "Mestre Ziza", 35 anos, o jogador que
encarnou o "futebol arte" no Brasil, o modelo e ídolo de Pelé,
tendo-se tornado, uma vez mais, campeão.
De regresso à Europa, o
destino foi Portugal, primeiro no Porto, onde também foi campeão, e depois para
um dos "grandes" de Lisboa, o Benfica onde se senta ao lado do
técnico brasileiro do São Paulo, José Carlos Bauer, ex-jogador dos Mundiais de
1950 e 1954. Este conta-lhe que viu uma grande promessa em Lourenço Marques,
Moçambique. Béla Guttmann manda um emissário e em dias, no final de 1960,
Eusébio da Silva Ferreira chega a Lisboa.
Final do Torneio de Paris,
1961. Béla Guttmann, desespera na final contra o Santos de Pelé, que vence por
3-0 no intervalo. A 20 minutos do final, coloca para jogar o Pantera Negra,
Eusébio, que marca três golos seguidos. Guttmann dizia a Eusébio e aos seus
outros jogadores: "Metamos três golos e já veremos". Este marca então
três golos na partida, vencendo o Santos o prestigioso torneio por 6 a 3. O
Jornal France Football titula "Eusébio 3 - Pelé 2". Béla Guttmann
e Eusébio, à parte de ganharem os campeonatos portugueses, fariam do Benfica
uma das melhores equipas da Europa nos anos 60. Foi o apogeu e o final feliz da
grande história de Béla Guttmann.
Segundo o jornalista
brasileiro Fabio Lima, ele tinha uma regra para sua carreira de treinador:
nunca ficava mais de três anos numa equipe, pois considerava que este era o
tempo antes de seus jogadores se desgastarem e perderem a motivação.
A
"Maldição"
Em 1962, depois de ter
conquistado duas Taças dos Campeões Europeus, ele pediu um aumento, que lhe foi
negado. A razão pela qual Guttmann saiu de forma tão abrupta de Lisboa teve
tudo a ver com a recusa da direcção do Benfica em aceitar lhe pagar uma
bonificação pela conquista da Copa Europeia duas vezes seguidas. Teorias
alternativas afirmam que ele declarou em uma entrevista que precisaria de 100
anos até que outro time português conseguisse conquistar duas vezes uma taça
continental. Qualquer que seja a versão que você queira acreditar, todas as
previsões de Guttmann - verdadeiras ou ficção - se tornaram realidade. A dívida
nunca foi paga e o sucesso europeu abandonou o clube desde então. Ao
despedir-se, lançou uma maldição:
"Sem mim, nem em cem anos o Benfica vai
conquistar outra taça europeia!"
— Béla Guttmann
A 28 de Fevereiro de 2014, o
Benfica inaugurou na porta 18 do Estádio da Luz uma estátua de bronze de Béla
Guttmann com dois metros da autoria do escultor húngaro Szatmari Juhos Laszlo.
O objetivo simbólico é o de "quebrar" a "maldição" lançada
pelo ex-treinador húngaro.
No entanto a alegada
maldição de Béla Guttmann persiste. O Benfica chega a mais cinco finais da Taça dos Campeões e duas finais da Liga
Europa, mas não sai vencedor.
MELHOR MARCADOR
JOSÉ ÁGUAS - 29 GOLOS
RESULTADOS
CRÓNICA DA ÉPOCA
O defeso de 1959 teve um
papel fulcral no virar de página do Sport Lisboa e Benfica e do futebol
português. Bela Guttmann, o mítico treinador húngaro, que acabara de se sagrar
campeão pelo FC Porto, foi contratado por Mauricio Vieira de Brito. O então presidente
dos encarnados também assegurou o concurso do jovem avançado José Augusto, quem
também tinha sido sondado pelos portistas.
O campeonato foi disputado
de forma bastante intensa entre Benfica e Sporting, pois o campeão FC Porto,
ainda abalado pelos acontecimentos verificados na pré-época, ficou muito cedo
afastado da corrida.
José Augusto que viria a
tornar-se num dos melhores extremos da Europa ao ponto de ser apelidado "O
Garrincha Português" pelo jornalista francês Daniel Hanot do
"L'Equipe", foi fundamental para o sucesso dos encarnados, apontando
19 golos. A sua velocidade, técnica apurada e surpreendente jogo de cabeça,
iriam deixar marca na Luz durante vários anos, e torná-lo numa lenda do Benfica
e da selecção de Portugal. Esta também seria a época de estreia de águia ao
peito de outro jovem promissor, de seu nome José Torres...
O jogo do título teve lugar
no Estádio da Luz entre Benfica e Sporting na antepenúltima jornada da prova, e
foi na altura apregoado como "O Encontro do Século", tal a rivalidade
efervescente entre os dois rivais da Segunda Circular e os contornos decisivos
do embate. Num jogo de emoções fortes, que provocou muitos desmaios entre os
adeptos nas bancadas, as águias venceram os leões por 4-3 e deram um passo
gigante rumo ao título. Infelizmente a tragédia abateu-se sobre a Luz, pois o
antigo guarda-redes encarnado Pedro Conceição, acabou por falecer de comoção,
quando foi marcado o quarto golo dos encarnados por José Augusto numa grande
penalidade.
O Benfica de Guttmann acabou
por se sagrar campeão nacional após uma vitória em Matosinhos sobre o Leixões,
iniciando desta forma o período que viria ser o mais brilhante da sua história.
INAUGURAÇÃO DO 3º ANEL
Com a construção do 3º anel, aumentou-se a lotação do estádio para 70.000 pessoas.
BENFICA 4 - SPORTING 3
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